#62 Indígenas estão entre grupos mais vulneráveis ao trabalho escravo
Muitas comunidades indígenas sofrem com o empobrecimento e a falta de acesso a serviços básicos. Com isso, ficam mais suscetíveis ao aliciamento para a exploração laboral. Entre 2003 e 2022, pelo menos 676 trabalhadores resgatados de atividades de trabalho escravo se identificaram como indígenas, isto é, 3,5% do total*.
A grande maioria (67,7%) é natural do Mato Grosso do Sul, que é o terceiro estado com maior proporção de povos indígenas comparado à sua população total, de acordo com o Censo IBGE 2022.
A maioria dos indígenas resgatados (cerca de 90%) ocupavam postos em atividades agropecuárias. São frequentes casos de exploração laboral de indígenas na criação de gado e em lavouras, como no cultivo de cana-de-açúcar no Mato Grosso do Sul e em São Paulo, e na colheita da maçã na região sul do país.
Entre os principais fatores que agravam o cenário de exploração dessa população estão a invasão de suas terras por grileiros, desmatadores e garimpeiros, bem como impactos do agronegócio e de grandes empreendimentos de infraestrutura nos territórios. A ausência de proteção do Estado nesses casos piora ainda mais a situação.
*Dados do Ministério do Trabalho e Emprego sistematizados pela Repórter Brasil e a Comissão Pastoral da Terra
Para saber mais sobre casos de indígenas submetidos ao trabalho escravo, confira o capítulo 2 do livro “Escravo, nem pensar! – Educação para a prevenção ao trabalho escravo”. Confira aqui: https://escravonempensar.org.br/…/escravo-nem-pensar…/#diainternacionaldospovosindígenas
Foto: Valdemir Cunha/Greenpeace