#70 Dia Nacional do Combate ao Trabalho Escravo: 3.190 foram pessoas escravizadas em 2023
O dia 28 de janeiro marca a luta pela erradicação do trabalho escravo no Brasil.
Somente no ano passado, 3.190 foram pessoas submetidas a essa grave violação de direitos no país. Os estados com mais registros foram Goiás (739 escravizados), Minas Gerais (651), São Paulo (392) e Rio Grande do Sul (334).
As atividades econômicas com maior presença de pessoas escravizadas envolvem o trabalho em lavouras (703 pessoas), com destaque em seguida para a produção de cana-de-açúcar (523), construção civil (315) e produção de café (302).
De 1995, quando o estado brasileiro reconheceu o trabalho escravo como crime, até o ano passado, foram 63,4 mil pessoas submetidas a essa violação. Nesta série histórica, Minas Gerais se encontra também como o segundo estado com mais registros (9,4 mil escravizados), mas o Pará lidera (13,5 mil) e Mato Grosso vem em terceiro (6,2 mil).
A pecuária é a atividade em que mais pessoas foram flagradas em situação de trabalho escravo (16,8 mil), e logo após vem a cana-de-açúcar (12,2 mil), também segunda atividade com mais registros nas últimas décadas.
O dia de combate ao trabalho escravo remete ao episódio conhecido como Chacina de Unaí, que completa hoje 20 anos. Foi quando três Auditores Fiscais do Trabalho e um motorista foram assassinados durante uma inspeção do trabalho, na zona rural do município de Unaí, noroeste de Minas Gerais.
O crime foi encomendado pelos proprietários de terra Antério e Norberto Mânica que, somente depois de quase duas décadas, foram acusados e condenados a mais de 50 anos de prisão.
Dados: Ministério do Trabalho e Emprego sistematizados pela Repórter Brasil e a Comissão Pastoral da Terra
Foto: Ministério do Trabalho