#72 Corte de cana-de-açúcar é a 2ª atividade com mais escravizados no Brasil

Na próxima terça-feira (16/01) é lembrado o Dia do Cortador de Cana-de-açúcar. Essa ocupação que emprega mais de 300 mil pessoas no Brasil* é reconhecidamente uma das mais árduas do meio rural brasileiro.

Suas características incluem jornadas de trabalho extenuantes, exposição intensa ao sol e ao calor, movimentos repetitivos com facões e perda de água corporal excessiva.

A atividade é marcada ainda por casos de trabalho escravo. Se, por um lado, os registros de exploração nos canaviais diminuíram ao longo da década de 2000, hoje o setor voltou a ser um dos que mais escravizam no Brasil.

De 1995 a 2022, no cultivo de cana-de-açúcar foram escravizadas mais de 11,5 mil pessoas. O dado representa 19,4% do total de pessoas submetidas a essa prática. Os casos acometem principalmente trabalhadores do corte manual da cana, mas também já atingiram operadores de máquinas.

É também no setor sucroalcooleiro que ocorreu a operação com o maior número de resgatados em toda a história do combate ao trabalho escravo. Em 2007, 1.064 trabalhadores foram resgatados no município de Ulianópolis (PA), em uma fazenda da empresa Pagrisa.

Os resgatados eram submetidos a descontos ilegais do salário, ingeriam alimentos estragados, bebiam água sem tratamento, eram alojados em locais precários e estavam em situação de isolamento geográfico.*

*Dados da Confederação Nacional dos Trabalhadores Assalariados e Assalariadas Rurais (Contar)

Foto: Daniela Penha