#43 Violência contra a mulher e trabalho escravo

Enquanto você lê esta frase, ao menos duas mulheres sofreram violência no Brasil. O número de casos aumentou no ano passado, chegando a mais de 50 mil brasileiras violentadas diariamente*, em situações que vão de ofensas verbais a agressões físicas e sexuais e até mesmo casos de feminicídio.

Somente em 2022, quase 30% das mulheres sofreram alguma violência, e o principal lugar em que isso acontece ainda é dentro da própria casa. As mais suscetíveis continuam sendo as de baixa renda, baixa escolaridade e as negras.

Infelizmente, em ambientes de extrema vulnerabilidade econômica e social, esses casos podem ganhar mais uma camada de opressão, como ocorre nas situações de trabalho escravo. Nesses casos, os ambientes de trabalho e moradia são os mesmos, e a violência doméstica passa a coexistir com a exploração do trabalho: as ofensas verbais e as agressões físicas são praticadas por patrões ou mesmo por outros trabalhadores explorados.

A punição desses casos é fundamental, assim como a prevenção. Entre outubro de 2022 e fevereiro de 2023, o projeto Escravo, nem pensar! realizou formações com profissionais da assistência social e dos direitos humanos, fornecendo ferramentas para garantir o atendimento humanizado a mulheres vítimas de trabalho escravo e violência doméstica. Leia sobre o assunto aqui: https://bit.ly/TrabalhoEscravoGênero.

*Os dados são da pesquisa “Visível e invisível: a vitimização de mulheres no Brasil”, realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pelo Instituto Datafolha, e divulgada no dia 02 de março de 2023.

Foto: Ministério do Trabalho e Emprego