#69 Lista suja do trabalho escravo: MG e SP lideram maior atualização da história

No mês de outubro, a “lista suja”, cadastro que reúne os nomes de patrões e empresas responsabilizados por submeter pessoas ao trabalho escravo, teve sua maior atualização da história.

Foram incluídos no documento 204 novos nomes, totalizando 473 empregadores que, somados, exploraram 3.773 trabalhadores. Os principais estados que tiveram novos nomes incluídos na atualização da lista são Minas Gerais e São Paulo.

No caso de Minas Gerais, foram 37 novos empregadores, sendo 20 deles voltados à produção de carvão vegetal e 9 do cultivo de café. Esses setores também lideram os registros de casos de trabalho escravo do estado desde 1995. De 391 casos da série histórica do estado até 2022, 28% eram do ramo da produção de carvão vegetal e 25% de fazendas de café.

Já em São Paulo, foram 32 novos empregadores adicionados à lista suja, dos quais 7 eram do setor da confecção têxtil, 7 do trabalho doméstico e 4 do ramo de serviços de alimentação. Dos 150 casos de trabalho escravo registrados no estado desde 1995, 60% (92) ocorreram nesses três ramos de atividade, somando 1.278 pessoas submetidas à exploração. O setor têxtil lidera o ranking do estado, com 51 casos.

Entram na lista suja os empregadores que foram processados administrativamente pelo Ministério do Trabalho e Emprego pela prática de trabalho escravo. Durante o processo, os empregadores têm direito à defesa em primeira e segunda instâncias. Esse cadastro é atualizado semestralmente. Os empregadores permanecem na lista pelo período de dois anos, prazo máximo estabelecido para que resolvam as irregularidades.

Após esse tempo, somente aqueles que regularizaram a situação trabalhista, quitaram as multas geradas pela fiscalização e não reincidiram na exploração de trabalho escravo são excluídos da lista. A lista suja serve de base para pesquisas sobre as cadeias produtivas, que detectam quem são as pessoas e empresas beneficiadas pelo uso do trabalho escravo 

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Dados: Ministério do Trabalho e Emprego sistematizados pela Repórter Brasil e a Comissão Pastoral da Terra

Foto: Divulgação MPT