#46 Megafestivais de música e trabalho escravo

No palco, grandes nomes da música internacional. No bar, o abastecimento de bebidas sendo feito por pessoas submetidas a trabalho escravo. No Lollapalloza, megafestival de música que ocorreu no último fim de semana, cinco trabalhadores foram resgatados de condições análogas à escravidão. Os homens prestavam serviços para uma terceirizada, enfrentavam jornadas de 12 horas diárias e dormiam sobre papelões, sem poder deixar o local.

Além de ser crime, o trabalho escravo contemporâneo é uma grave violação dos direitos humanos, pois fere dois direitos fundamentais e inegociáveis do indivíduo: a liberdade e a dignidade. Na edição de 2019 do evento, o padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua, já havia denunciado que pessoas em situação de rua receberam R$50 por dia por jornadas de 12 horas, carregando equipamentos para montar os palcos do festival.

Infelizmente, essas não são situações isoladas. No Rock in Rio, por exemplo, o trabalho escravo foi destaque em algumas edições. Em 2013, 93 pessoas, incluindo um adolescente, foram resgatadas durante o evento. Na edição de 2015, o trabalho escravo também se concentrou nas atividades terceirizadas de comércio e prestação de serviços, e ao menos 17 pessoas foram resgatadas.

Foto: Reprodução Redes Sociais