#61 Trabalho escravo e tráfico de pessoas

No mês de julho, a Organização das Nações Unidas (ONU) promove a campanha Coração Azul para dar visibilidade ao enfrentamento do tráfico de pessoas. Essa grave violação dos direitos humanos atinge sobretudo pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica e tem entre suas principais finalidades a exploração laboral.

Do total de 422 inquéritos da Polícia Federal sobre tráfico de pessoas entre 2017 e 2020, 36% tinham como modalidade o trabalho escravo. Na sequência aparecem remoção de órgãos (23%) e exploração sexual (16%).

Segundo dados Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), cerca de 45% do total de trabalhadores escravizados entre outubro de 2016 e 2021 (2.917) também foram traficados**. A maioria das vítimas de 2021 é natural dos estados de Minas Gerais, Maranhão e Bahia. Em relação ao perfil de gênero, 90% dos escravizados naquele ano eram do sexo masculino.

Nesta quinta-feira (27/07), a partir das 9h30, será realizada a live nacional “Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas”, organizada pela campanha Coração Azul. O evento é promovido pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, e contará com a presença da coordenadora do programa Escravo, nem pensar!, Natália Suzuki.

Assista à transmissão da live no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=rhrWAFSLxAg

*Dados divulgados pelo “Relatório Nacional sobre Tráfico de Pessoas: Dados 2017 a 2020” do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).

**A série histórica do estudo tem início com a promulgação da Lei nº 13.344/2016, que estabelece a atual tipificação de tráfico de pessoas na legislação brasileira. Os dados completos estão disponíveis no Radar SIT, painel de informações e estatísticas da Inspeção do Trabalho do MTE.

Foto: Lilo Clareto/Repórter Brasil (PA, 2018)