Trabalho escravo: impacto da pandemia nas mulheres negras

A pandemia de Covid-19 impactou o número de mulheres em situação de trabalho escravo no Brasil, sobretudo de mulheres negras. Segundo dados inéditos da Repórter Brasil, no período pós-pandemia (2021-2023), a porcentagem de trabalhadoras resgatadas aumentou para 8% do total de trabalhadores resgatados no Brasil. Na série histórica (2003-2023), as mulheres representam 6% desse total.


Mas dentre as mulheres, as mulheres negras são ainda mais afetadas. Entre 2021 e 2023, 81% se autodeclararam afrodescendentes: 367 trabalhadoras pardas e 122 pretas. Elas foram resgatadas atuando, principalmente, como trabalhadoras em atividades agropecuárias (287), cozinheiras (45) e trabalhadoras domésticas (44). As que se autodeclararam pretas são as que têm os mais baixos níveis de escolaridade dentre as mulheres resgatadas: 11% são analfabetas.


Em período de crises, mulheres sofrem mais impactos no campo do trabalho do que os homens. Basta lembrar que a primeira vítima fatal de Covid-19 no Brasil foi uma trabalhadora doméstica de mais de 60 anos de idade.

Em 2020, o Escravo, nem pensar!, programa educacional da Repórter Brasil, publicou dados inéditos e deu visibilidade ao contexto das mulheres em situação de trabalho escravo no Brasil. Saiba mais: Trabalho escravo e gênero: quem são as trabalhadoras escravizadas no Brasil?


Confira, também, o episódio do podcast Esperança – Trabalho Escravo e Gênero que aborda Trabalho escravo, escravidão e raça!

Foto: Reprodução/CNN

Publicado em 20 nov. 2024.