#97 Bolivianos e paraguaios são principais trabalhadores não-brasileiros resgatados
Desde 2006, foram resgatados 1.212 migrantes internacionais do trabalho escravo no Brasil. Mas somente agora, foi possível traçar o perfil de 902 trabalhadores desse grupo, que foram escravizados em 107 propriedades, desde 2010.
As principais nacionalidades dentre os registros são a boliviana (43%) e paraguaia (21%). Os dados são do Dossiê Trabalho Escravo e Migração Internacional, do programa Escravo, nem pensar! da Repórter Brasil. A publicação traz informações inéditas sobre os perfis desses trabalhadores e será lançada amanhã (24), na 7ª Reunião Científica do Grupo de Pesquisa Trabalho Escravo Contemporâneo (GPTEC) da UFRJ.
São Paulo é o estado que lidera os resgates com 56% dos registros nacionais. A confecção têxtil é a atividade com mais registros, com 52% dos resgatados. Em seguida está a construção civil, com 16,5%. No geral, os trabalhadores migrantes resgatados são do sexo masculino (78%) e autodeclarado pardo (43%). Eles são também majoritariamente jovens, 85% têm de 18 a 39 anos. A escolaridade dos resgatados é baixa, com 13% de analfabetos e 50% estudou até o 5º ano do Ensino Fundamental.
Confira o Dossiê Trabalho Escravo e Migração Internacional no site do programa Escravo, Nem Pensar!: https://escravonempensar.org.br/…/dossie_trabalho…
Foto: Sérgio Carvalho/MTE
Publicado em 23 out. 2024.