#94 Chineses no Brasil: barreiras na regularização aumentam risco de exploração laboral

No dia da Migração Chinesa (15 de agosto), o EducaRB aborda como a dificuldade de regularização migratória no Brasil afeta a vulnerabilidade de parte desta população diante de empregos informais e no limite de situações de exploração como o trabalho escravo.

Muitos migrantes chineses enfrentam uma série de desafios ao chegarem no Brasil, dentre eles a dificuldade de se encaixar nas possibilidades de documentação concedidas pelo Estado brasileiro e a decorrente permanência no país indocumentados.

Segundo dados da Polícia Federal, nas três últimas anistias migratórias concedidas pelo Brasil à população migrante indocumentada (1988, 1998 e 2009), a China se destacou como o país que mais teve nacionais beneficiados. Isso sugere que uma parcela da população chinesa reside no Brasil de maneira irregular.

A incompreensão da língua portuguesa, aliada à xenofobia e ao acesso limitado a informações sobre direitos, agrava ainda mais sua situação, especialmente para os que não possuem documentos. Tal condição os torna mais suscetíveis a empregos informais e, em casos extremos, a situações de trabalho escravo.

Os chineses representam somente 1,6% da população migrante internacional formalmente empregada no Brasil, com cerca de 3,4 mil trabalhadores com carteira assinada. Desde 2014, ao menos 13 casos envolvendo chineses escravizados foram registrados.

Em 2020, duas pessoas oriundas do país asiático foram resgatadas em uma pastelaria no Leme, zona sul do Rio de Janeiro. Eles trabalhavam 11 horas por dia, sem tempo regular de repouso e de refeição, e não tinham descanso semanal.

Estavam alojados no depósito da lanchonete, onde se moviam agachados por conta do teto baixo. Dormiam em colchonetes no chão, e o local era quente, sem ventilação natural e sem iluminação apropriada #EducaRB

Foto: Ministério do Trabalho / Divulgação 

Publicado em 15 ago. 2024.