#89 Brasil registra 1.216 crianças e adolescentes resgatados do trabalho escravo

A submissão ao trabalho escravo é uma das piores formas de trabalho infantil, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT). No Brasil, 1.216 crianças e adolescentes menores de 18 anos foram escravizadas de 2003 a 2023, o que corresponde a 3% dos registros no período. As informações são do Ministério do Trabalho e Emprego sistematizados pela Repórter Brasil e a Comissão Pastoral da Terra.

Este foi o caso de um adolescente de 15 anos resgatado em uma draga de garimpo ilegal na região ribeirinha de Porto Velho (RO), em 2023. O trabalhador tinha descontos abusivos do salário referentes a aquisição de itens básicos e alimentação e o alojamento era insalubre.

O resgate foi realizado pelo Ministério Público do Trabalho, em parceria com o Ministério Público de Rondônia e o Conselho Tutelar, e ocorreu em meio a uma operação para localizar e identificar crianças e adolescentes afetados pela evasão escolar.

O abandono dos estudos é uma realidade comum entre os resgatados menores de 18 anos, já que 83% não concluíram o 9º ano do Ensino Fundamental*. A descontinuidade da educação contribui para um ciclo de pobreza e exploração. Isso porque sem a conclusão dos estudos, as crianças e adolescentes são afastadas de empregos dignos, e ficam mais suscetíveis ao aliciamento para atividades degradantes. Segundo pesquisa da OIT, as pessoas resgatadas do trabalho escravo no Brasil começaram a trabalhar com apenas 11,4 anos em média.

Neste 12 de junho, Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, é importante que as ações contra essa prática, como aquelas desenvolvidas pela Assistência Social, deem visibilidade à escravização de crianças e adolescentes. Dessa forma, é possível somar os esforços para identificar e erradicar essas duas graves violações aos direitos humanos.

Foto: Fernando Martinho / Repórter Brasil