#81 13 de maio: o trabalho escravo nos dias de hoje
Alojamentos de lona em meio à mata bruta, água avermelhada com gosto de folha podre para beber e cozinhar, acidentes graves, endividamento ilegal: essa era a realidade de 50 trabalhadores resgatados na atividade de desmatamento em Manicoré, no sul do Amazonas, em abril deste ano.
Noticiado pela Repórter Brasil no início deste mês, este é mais um caso de trabalho escravo contemporâneo, uma prática distinta da escravidão dos períodos colonial e imperial. A Lei Áurea, promulgada em 1888, eliminou o direito de propriedade de uma pessoa sobre a outra, e o critério racial deixou de ser determinante para a escravidão, uma instituição autorizada pelo Estado entre os séculos 16 e 19.
No entanto, a abolição não impediu a persistência de práticas exploratórias em relações trabalhistas, como a submissão a condições degradantes, jornada exaustiva, servidão por dívidas e trabalho forçado, ou seja, situações de trabalho escravo.
Hoje, cerca de 2 mil trabalhadores são resgatados do trabalho escravo anualmente. Pretos e pardos continuam sendo os mais vulneráveis socioeconomicamente, e por isso são os mais afetados pela exploração laboral. Atualmente, cerca de 63% dos resgatados são negros. Os dados são do Ministério do Trabalho e Emprego e foram sistematizados pela Comissão Pastoral da Terra e a Repórter Brasil.
O programa Escravo, nem pensar! aborda no material “Trabalho Escravo: saiba o que é e como denunciar” como identificar essa prática e informa os principais canais de denúncia e direitos dos trabalhadores resgatados #EducaRB
Saiba mais aqui: https://escravonempensar.org.br/…/trabalho-escravo…/
Foto: Ministério do Trabalho e Emprego