#60 Trabalho escravo doméstico
“Quando cheguei ao Brasil, fui direto do aeroporto para a casa do patrão. […] A casa era grande, tinha muito vidro. Se a patroa não gostasse ou achasse uma mancha, eu tinha que fazer tudo de novo. Ela deitava no chão para buscar manchas ou outra coisa que não estivesse perfeita. Eu não tinha descanso.
Ela gritava comigo, me chamava de estúpida. Isso, quando eu ainda estava me ajustando com a cultura daqui. Ela me dizia, todo dia, que não gostava de mim. Eu perguntava por que ela tinha me contratado. Dizia: ‘se você não gosta de mim, por que não me demite e me manda embora para as Filipinas?’”.
A exploração de empregadas domésticas no Brasil não é novidade. Mas só a partir de 2017 casos de trabalho análogo à escravidão nessa atividade começaram a vir à tona, como no caso desta filipina escravizada em um condomínio fechado em São Paulo (é dela o triste relato que abre a postagem).
A situação de vulnerabilidade socioeconômica é o que iguala as mulheres migrantes às brasileiras submetidas a trabalho escravo doméstico. Recentemente, uma trabalhadora foi resgatada no município de Canoas, no Rio Grande do Sul.
Ela trabalhou por 47 anos sem carteira assinada, sem salário, e sem períodos legais de descanso. Além disso, foi submetida aos serviços domésticos desde os 16 anos, sendo exposta também ao trabalho infantil.
Leia a história completa aqui (página 94 do livro “Escravo, nem pensar! – Educação para a prevenção ao trabalho escravo”): https://escravonempensar.org.br/…/LIVRO-ESCRAVO-NEM…