#58 Chuva de agrotóxicos: o uso de drones e os riscos à saúde e ao meio ambiente
Nos últimos anos, o uso de drones para aplicação de agrotóxicos em grandes plantações tem se tornado cada vez mais comum. Enquanto diversos estados brasileiros discutem a possibilidade de proibir a pulverização aérea, diversos empresários do agronegócio defendem a prática.
O problema é que essa chuva de veneno aumenta (e muito!) o risco de contaminações, devido ao que chamamos de “deriva”: os agrotóxicos lançados não seguem uma rota estabelecida e podem se espalhar para plantações vizinhas, cair sobre os trabalhadores, a população local, as casas e escolas, além de contaminar rios. A deriva provocada por drones é, pelo menos, o dobro da causada pelo uso de equipamentos terrestres.
Hoje já sabemos que os agrotóxicos podem causar vários tipos de câncer, distúrbios hormonais, infertilidade, depressão, problemas respiratórios ou até levar à morte. E os efeitos da contaminação pela deriva dos drones são vistos na prática: na última década, houve registros de intoxicação de indígenas no Mato Grosso do Sul, de comunidades rurais no Maranhão e de crianças em uma escola de Goiás, segundo dados divulgados pela Agência Pública no ano passado.
Para saber mais, ouça o episódio “Drones podem reduzir intoxicações por agrotóxicos?”, do podcast Trabalheira, da ONG Repórter Brasil. É só clicar aqui: https://bit.ly/trabalheira-ep17-RepórterBrasil.