#56 Criança não trabalha (ou não deveria)
“É melhor trabalhar do que ficar na rua, sem fazer nada ou mendigando”. “O trabalho dignifica o ser humano, portanto é benéfico para crianças e adolescentes”. “Ele trabalhou quando criança e, graças a isso, virou uma pessoa importante depois”. São diversos e muito repetidos os mitos sobre o trabalho infantil.
Mas a verdade é que as únicas tarefas de qualquer criança deveriam ser brincar, estudar e descansar. Trabalho infantil não dignifica e, sim, normaliza a exploração e aproxima as crianças e adolescentes de atividades ilegais e degradantes. Ao fim desta semana da erradicação do trabalho infantil – dia 12 de junho é o Dia Nacional e Mundial de Combate ao Trabalho Infantil -, a Repórter Brasil reuniu dados para rebater algumas das falácias sobre o tema.
No Brasil, foram vítimas de trabalho infantil mais de 92% dos trabalhadores escravizados no campo* e 46,6% dos jovens alvos de encarceramento por tráfico de drogas**. O que acontece é que, ao serem submetidos a tal situação, crianças e adolescentes são afastados de oportunidades futuras de inserção em bons cargos no mercado de trabalho formal. E a situação de vulnerabilidade socioeconômica aumenta as chances de contato com o aliciamento para atividades ilegais ou degradantes.
Para prevenir o problema, é fundamental incrementar as políticas públicas que mirem na redução da vulnerabilidade de famílias e crianças. Medidas que incentivem a promoção de renda e o fomento de ações socioeducativas cumprem um importante papel nesse cenário.
Clique aqui e confira o caderno “Meia Infância” do Programa Escravo, nem pensar! para ter acesso às informações que desconstroem os principais mitos em relação ao trabalho infantil no Brasil hoje: https://escravonempensar.org.br/…/caderno-tematico…/
*Organização Internacional do Trabalho (OIT), 2011
**Assessoria de Inteligência Organizacional (AIO) da Fundação CASA
Foto: Sérgio Carvalho/Ministério do Trabalho e Emprego