#37 As arenas da Copa e a exploração do trabalho
Para além do 7 a 1, a Copa de 2014 no Brasil deixou outro saldo extremamente negativo: a morte de nove trabalhadores durante a construção de arenas. Dos nove, sete eram terceirizados.
Além de acidentes fatais, o trabalho escravo também marcou presença nas preparações do país para a Copa. Em 2013, pela primeira vez, a quantidade de trabalhadores resgatados nos centros urbanos foi superior à daqueles encontrados em atividades rurais. Tudo por conta das libertações na construção civil. De 1995 a 2021, 3428 pessoas foram resgatadas de trabalho escravo neste setor, registrando 173 casos, de acordo com dados do Ministério do Trabalho e Previdência sistematizados pela Repórter Brasil e a Comissão Pastoral da Terra.
Apesar dos investimentos bilionários e da massiva geração de emprego, passados oito anos, o crescimento do setor não resolveu as más condições de trabalho. Alojamentos precários, riscos à integridade física e jornadas exaustivas estão entre as irregularidades mais comuns até hoje.
Foto: Rodrigo Soldon/Flickr