#15 Café e trabalho escravo
Você já pensou que o café de todos os dias pode ser produto de trabalho escravo? Esse é o assunto do #EducaRB desta semana.
No ano passado, o cultivo de café foi a atividade que registrou maior número de trabalhadores resgatados, segundo o Ministério do Trabalho e Previdência. E se engana quem pensa que essa bebida amarga não chega na mesa dos brasileiros: em 2019, produtores certificados pela Nespresso e pela Starbucks entraram para a lista suja, o cadastro de empregadores flagrados com mão de obra análoga à escravidão. Em um caso ainda mais recente, a rede McDonald’s foi apontada por comprar o grão de fazendas com histórico de infrações trabalhistas.
A produção do café demanda mão de obra o ano inteiro, mas é na época da colheita (entre maio e agosto) que o fluxo de trabalhadores aumenta. Muitas vezes oriundos de outros estados, eles são submetidos a jornadas exaustivas e condições degradantes, recebendo por produtividade e cercados por agrotóxicos.
Minas Gerais, a principal produtora do grão, foi também a que registrou maior número de situações ilegais em 2021: dos 20 casos em todo o país, 17 foram encontrados nesse estado. Minas concentrou 57% dos 310 resgatados, um total de 179 trabalhadores em situação de trabalho escravo nas lavouras de café. Outros palcos de resgates foram os estados do Espírito Santo e de São Paulo.