#92 Megaeventos esportivos registram exploração do trabalho
As Olimpíadas de 2024 começaram na semana passada e hoje (02) o Brasil celebra a primeira medalha de ouro com a judoca Beatriz Souza. Mas, infelizmente, por trás dos holofotes do evento, há denúncias de irregularidades trabalhistas em obras para a realização dos Jogos.
Em dezembro do ano passado, de acordo com reportagem publicada no G1, dois trabalhadores denunciaram más condições laborais na construção de um centro de treinamento aquático do evento.
Eles precisavam trabalhar mesmo quando estavam doentes pela ameaça de serem substituídos, e desempenhavam as atividades perigosas, sem acesso a equipamentos de proteção individual. Ambos eram migrantes não documentados, situação da qual os patrões tiraram proveito para explorá-los.
E o caso não é isolado. Os preparativos para os Jogos Olímpicos de Pequim (2008), Londres (2012) e Rio de Janeiro (2016) também foram marcados pela exploração de trabalhadores. No evento sediado no Brasil houve ainda registros de trabalho escravo.
Onze trabalhadores foram resgatados de condições degradantes na construção da Vila Olímpica, destinada à acomodação de cerca de 11 mil atletas. Eles eram mantidos em uma casa em duas quitinetes sujas, com baratas, ratos e esgoto exposto, na favela Beira Rio, no Recreio dos Bandeirantes.
Em todos estes casos, a conscientização e as denúncias chamaram a atenção do mundo para algo que é, lamentavelmente, comum em megaeventos.
Publicado em 2 ago. 2024.