#31 Qual é o perfil do trabalhador escravizado?
que ingressaram cedo no mundo do trabalho e que não tiveram acesso a direitos essenciais, como a educação escolar. Se traçarmos o perfil de um trabalhador escravizado, essa será a imagem predominante. Dados do Ministério do Trabalho e Previdência (2003 a 2020) mostram que, das 38.453 pessoas encontradas nessa situação no Brasil, 94,4% são homens e 5,6%, mulheres.
O estado de nascimento também é relevante nas estatísticas: os maranhenses estão no topo da lista dos escravizados (21,7%), seguidos por baianos (10%), mineiros (9,3%), paraenses (8,2%) e piauienses (6,2%). É comum que esses trabalhadores sejam migrantes e desconheçam as condições que irão enfrentar no local de destino, independentemente da migração ter sido estimulada por uma proposta de emprego enganosa e atrativa, o aliciamento, ou por ter ocorrido por conta própria.
A migração, quando ocorre, se dá em direção a regiões com mais disponibilidade de emprego, como áreas de expansão da fronteira agropecuária na Amazônia, no Pará e no Mato Grosso, e áreas com maior dinamismo de atividades urbanas e rurais nas regiões Sul e Sudeste, com destaque para o estado de São Paulo.
Foto: João Roberto Ripper