Observatório do Terceiro Setor: Professores serão conscientizados a disseminar o combate e prevenção ao trabalho escravo (24/06/15)

Confira a nota publicada no site do Observatório do Terceiro Setor.

O projeto firmado com a Seduc prevê a formação de professores de 72 municípios, em sete regiões do Maranhão onde o trabalho escravo e a migração forçada são problemas salientes. Nessas áreas em que o “Escravo, nem pensar!” atuará, estão localizadas 316 escolas e 10 mil professores que atuam em todos os segmentos, do Ensino Fundamental ao Ensino de Jovens e Adultos.

O Maranhão é o quinto estado brasileiro com mais números de trabalhadores resgatados, totalizando 24% do total registrado no Brasil todo: entre 1995 e 2005 foram mais de 3 mil pessoas libertadas de atividades na pecuária, carvoarias e lavouras na região.

A situação é compreensível: o Maranhão é o estado com um dos piores IDHs do país. “As populações vulneráveis estão mais suscetíveis a aceitar propostas de emprego enganosas e acabarem exploradas. O trabalho escravo e a precariedade socioeconomicamente são duas dinâmicas interdependentes”, explica Natália Suzuki, coordenadora do programa.

“O projeto tem como enfoque pedagógico o combate e prevenção do trabalho escravo e fomentará a produção de projetos pedagógicos e práticas educativas sobre essa temática, contribuindo para que o Estado possa sair do cenário do trabalho escravo”, afirma Áurea Prazeres, secretária de educação do Maranhão.

O projeto acontecerá em duas etapas. A primeira será a formação de gestores da rede de ensino das regiões mencionadas. A etapa seguinte se refere ao trabalho de multiplicação a ser realizado por esses gestores: uma vez aptos a trabalhar com o tema do trabalho escravo, eles deverão formar os professores de suas regiões. A metodologia do projeto prevê atividades formativas presenciais e ações realizadas pelo método de ensino à distância.

“Esse projeto tem dois objetivos principais. O primeiro é criar uma rede de prevenção de comunidades vulneráveis e de proteção ao trabalhador para que ele não seja explorado. O segundo é institucionalizar o tema do trabalho escravo no sistema educacional de ensino do Maranhão para que ele seja abordado de forma contínua”, explica Suzuki.

O programa “Escravo, nem pensar!” teve início em 2004, graças a uma parceria com a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, para atender às demandas do Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo.