ENP! amplia projeto sobre trabalho escravo no MA

A parceria realizada entre a ONG Repórter Brasil e o governo do Maranhão tem como meta envolver 292 escolas estaduais de 79 municípios na prevenção ao crime

Entre os dias 26 e 28 de março, o programa Escravo, nem pensar! iniciou as atividades de formação da segunda edição do projeto de prevenção ao trabalho escravo no Maranhão, que será desenvolvido ao longo de 2018. Na ocasião, foi realizada uma formação, em São Luís, para 45 gestores e técnicos da Educação da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) sobre os temas do aliciamento, migração, trabalho escravo e trabalho infantil.

Da esq. p/ dir. Claudinei Rodrigues (Superintendente de Modalidades e Diversidades Educacionais [Supemde] da Seduc), Thiago Casteli (Assessor de projeto do Escravo, nem pensar!), Felipe Camarão (Secretário de Educação), Natalia Suzuki (Coordenadora de projeto do Escravo, nem pensar), Rodrigo Teruel (Assistente de projeto do Escravo, nem pensar!) e Ana Paula Santos e Josilene Brandão (Técnicas da Supemde). Foto: Lauro Vasconcelos (Seduc)

Nessa edição do programa, participam as Unidades Regionais de Educação (URES) de Bacabal, Barra do Corda, Caxias, Presidente Dutra, São Luís, Timon, Viana e Zé Doca, que se somam àquelas da primeira edição, realizada entre 2015 e 2016. Essas regiões foram escolhidas por estarem vulneráveis ao aliciamento de trabalhadores para o trabalho escravo. (Para saber mais sobre o primeiro projeto, clique aqui)

Foram convidadas para o encontro entidades do poder público e da sociedade civil engajadas no combate ao trabalho escravo no Maranhão. O público participou de rodas de conversa com o superintendente de Proteção e Defesa dos Direitos Humanos da Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular, Jorge Serejo, e a procuradora do Trabalho, Virgínia de Azevedo Neves. Yoná Luma, do Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos de Açailândia, representou a sociedade civil. A atividade ainda contou com a presença de quatro técnicas que participaram do projeto de 2015/2016.

A procuradora Virgínia Neves falou sobre o papel do MPT no combate ao trabalho escravo no Maranhão. Foto: Repórter Brasil.

A formação faz parte do projeto realizado pelo programa educacional Escravo, nem pensar!, da ONG Repórter Brasil, e o governo do estado do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Educação, que tem como meta implementar atividades interdisciplinares e projetos pedagógicos sobre o tema do trabalho escravo e assuntos correlatos em 292 escolas estaduais de 79 municípios maranhenses. A ação conta com apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Ministério Público do Trabalho (MPT).

Após a formação, os gestores e técnicos serão responsáveis por formar os educadores das escolas, que por sua vez desenvolverão as atividades com os alunos. O próximo encontro da formação está previsto para junho. Até lá, os participantes contam com assessoria pedagógica à distância do programa Escravo, nem pensar!.

Prevenção ao trabalho escravo no Maranhão

Esta é a segunda edição do projeto Escravo, nem pensar! no Maranhão. Entre 2015 e 2016, mais de 130 mil pessoas foram impactadas pelas ações de prevenção ao trabalho escravo desenvolvidas em 203 escolas de 62 munícipios do estado. Na ocasião, participaram do projeto as UREs de Açailândia, Balsas, Codó, Imperatriz, Santa Inês, São João dos Patos e São Luís.

O Maranhão é o principal emissor de trabalhadores que acabam escravizados em outras regiões do país. Além disso, figura na 5ª posição do ranking nacional de trabalhadores libertados em seu próprio território. Entre 1995 e 2017, 3.335 trabalhadores foram resgatados no estado em atividades como pecuária, carvoarias e lavouras.