Educadores do Tocantins – 2021

Em 2021, a Repórter Brasil e a Secretaria de Estado de Educação, Juventude e Esportes (Seduc/TO) realizaram o projeto Escravo, nem pensar! – Prevenção ao trabalho escravo e outras violações de direitos humanos correlatas ao tema – Tocantins – 2021. Esta foi a segunda edição do projeto no Tocantins. Foram contempladas 113 escolas de 36 municípios, e alcançadas mais de 37 mil pessoas, pelo formato virtual por conta da pandemia.

Sobre o projeto

O objetivo foi prevenir comunidades vulneráveis ao aliciamento dos riscos de situações de trabalho exploratórias, como trabalhos forçados, jornadas exaustivas e condições degradantes.

A iniciativa foi fruto do acordo de cooperação firmado entre a Repórter Brasil e a Secretaria de Estado de Educação, Juventude e Esportes do Tocantins (Seduc-TO), que conta com o apoio do MPT e a parceria da Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo no Tocantins (Coetrae-TO). A metodologia do projeto consistiu na formação de gestores e técnicos pedagógicos de seis Diretorias Regionais de Ensino (DRE), que são unidades descentralizadas da Seduc responsáveis pelo gerenciamento das escolas estaduais.

Os profissionais formados pela equipe do ENP! foram responsáveis, em seguida, pela multiplicação de conteúdos, materiais e referências relacionados ao tema do trabalho escravo e assuntos correlatos para os educadores das escolas. Estes, por sua vez, desenvolveram atividades e projetos pedagógicos sobre o tema com alunos e comunidades. Participaram da ação as DREs de Arraias, Dianópolis, Guaraí, Miracema do Tocantins, Palmas e Pedro Afonso.

Escravo, nem pensar! no Tocantins

Esta é a 2ª edição do projeto ENP! para a rede estadual de ensino tocantinense. A primeira foi realizada em 2018 e contou com a participação de 287 escolas de 92 municípios. Na ocasião, foram prevenidas mais de 181 mil pessoas do trabalho escravo. Baixe o caderno de resultados do projeto e saiba mais.

Trabalho escravo no Tocantins

O Tocantins figura entre os principais estados com o maior número de casos de trabalho escravo do Brasil no período entre 1995 e 2021, segundo dados do Ministério da Economia: são 161 casos e 3.012 trabalhadores escravizados, colocando-o em 7º lugar no ranking nacional.

O estado é caracterizado ainda por ser foco de aliciamento de trabalhadores que acabam explorados em outras regiões do país, ficando em 6º lugar no ranking nacional de naturalidade dos trabalhadores libertados. Entre 2003 e 2020, 1.967 tocantinenses foram resgatados em todo território nacional.

O trabalho escravo no Tocantins não está concentrado em uma região específica, mas disseminado pelo estado. Dos 139 municípios tocantinenses, 59 (42%) já tiveram casos de trabalho escravo registrados. Trata-se de casos intimamente ligados a atividades rurais, sobretudo na manutenção de propriedades agropecuárias, na produção de carvão vegetal e no trabalho em lavouras diversas.

Saiba mais sobre os desdobramentos do projeto no caderno de resultados Escravo, nem pensar! no Tocantins (2021)