Educadores do Maranhão – 2021
De 2019 a 2021, a Repórter Brasil e a Secretaria de Estado de Educação do Maranhão (Seduc/MA) realizaram o projeto Escravo, nem pensar! no Maranhão. Este é o terceiro projeto no Maranhão de prevenção ao trabalho escravo de alcance estadual. A iniciativa preveniu mais de 23 mil pessoas do trabalho escravo e alcançou 78 escolas de 35 municípios.
Sobre o projeto
A iniciativa teve como objetivo prevenir a ocorrência do trabalho escravo no estado por meio da realização de projetos educacionais sobre o problema nas escolas da rede pública estadual. Nesta edição do projeto, foram contempladas as Unidades Regionais de Educação (URE) Chapadinha, Itapecuru-Mirim, Pedreiras, Pinheiro, Rosário e São Luís. As UREs são unidades descentralizadas da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) responsáveis pelo gerenciamento das escolas nos municípios. Com exceção de São Luís, as demais UREs participantes são as únicas do Maranhão que ainda não haviam sido contempladas pelo projeto ENP! nas duas edições anteriores.
A metodologia do projeto consistiu na formação de gestores e técnicos pedagógicos das UREs, que são responsáveis por multiplicar referências e materiais didáticos sobre o tema do trabalho escravo para os professores. Estes, por sua vez, elaboraram projetos e atividades pedagógicas com os estudantes, que alcançaram também a comunidade extraescolar.
O projeto foi fruto do apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Ministério Público do Trabalho (MPT) e contou com a parceria da Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo no Maranhão, por meio da Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop).
Escravo, nem pensar! no Maranhão
Esta é a 3ª edição do projeto ENP! no Maranhão. Em 2015, o estado foi pioneiro em adotar a metodologia do programa voltada à formação de gestores e técnicos pedagógicos de UREs. Confira abaixo os principais resultados das duas primeiras fases dessa ação:
Escravo, nem pensar! no Maranhão – 2015/2016
Escravo, nem pensar! no Maranhão – 2018
Trabalho escravo no Maranhão
O Maranhão é a principal origem de trabalhadores que acabam em situação de trabalho escravo no Brasil. Quase um quarto (22%) de todos os resgatados no país são maranhenses, porcentagem que representa 8.339 trabalhadores libertados no período entre 2003 e 2020, segundo dados do Ministério do Trabalho e Previdência. O estado é ainda foco de exploração em seu próprio território, ficando na 5ª posição do ranking nacional, com 3.536 escravizados em 206 casos entre 1995 e 2021. O trabalho escravo no Maranhão acontece predominantemente em atividades rurais como a pecuária e a produção de carvão vegetal, mas também há registros em setores urbanos, como a construção civil.
Saiba mais sobre os desdobramentos do projeto no caderno de resultados Escravo, nem pensar! no Maranhão (2019-2021)