Trabalho escravo, informalidade e agrotóxico na colheita do café

Fascículo “Condições do trabalho na colheita do café”, produzido pelo programa Escravo, nem pensar!, traz um panorama da cadeia produtiva do grão e destaca as violações sofridas pelos trabalhadores nas fazendas

O Brasil é hoje o maior produtor de café do mundo, responsável por cerca de 37% de toda a produção mundial. A exportação dos grãos gerou, em 2018, aproximadamente 5 bilhões de dólares para a economia nacional. A despeito de ser um dos mais lucrativos segmentos do agronegócio brasileiro, o setor cafeeiro ainda apresenta graves problemas trabalhistas, incluindo casos de trabalho escravo contemporâneo. Entre 2011 e 2017, 718 trabalhadores foram resgatados de fazendas de café.

Para tratar desse assunto, o programa Escravo, nem pensar! da Repórter Brasil lança o fascículo Condições do trabalho na colheita do café. O material apresenta um painel estatístico sobre a cadeia produtiva do grão nacional e um panorama das violações sofridas por trabalhadores responsáveis pela “apanha do café”. Fraude no pagamento por produção, informalidade, exposição a agrotóxicos e submissão ao trabalho escravo integram esse cenário crítico em lavouras brasileiras.

Os problemas trabalhistas podem ser constatados, inclusive, em propriedades que já receberam certificado de sustentabilidade concedido por agências especializadas, como nos flagrantes de falta de assinatura na carteira de trabalho em fazenda de Carmo de Minas (MG) em 2015 e, ainda mais grave, e de trabalho escravo fazenda de Piumhi (MG), em 2018.

A publicação traz, por fim, dados técnicos acerca do setor cafeeiro, como o perfil fundiário das lavouras, a extensão das áreas ocupadas pela cultura, o ranking dos estados produtores e a relação dos principais países compradores do café nacional. A produção do material contou com o apoio do Ministério Público do Trabalho.

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