Ações preventivas às práticas de superexploração do trabalho e tráfico de trabalhadores rurais
Uma pesquisa realizada em 2006 pela CPT – CE constatou casos de trabalho escravo nos municípios de Crato, Quixadá e Sobral e a saída de milhares de pessoas para trabalhar no corte de cana na região Sudeste. Em 2012, a CPT decidiu retomar essa pesquisa e realizar um acompanhamento mais sistemático a fim de reduzir e prevenir as práticas de aliciamento, tráfico de trabalhadores e superexploração do trabalho no município de Itatira, principalmente para o corte de cana, envolvendo famílias, comunidades, entidades e poder público em ações que promovam a autoestima e dignidade dos moradores do município.
Os proponentes buscaram sensibilizar as famílias das comunidades de Itatira-Sede, Lagoa do Mato, Lagoa Seca, Morro Branco, Assentamento Santa Teresinha, Assentamento Vitória e Bandeira Velha. Para tal, foram realizadas sessões de vídeos e discussões.
Após a sensibilização das famílias sobre o tema, a equipe do projeto, com a colaboração de cinco estudantes da Universidade Federal do Ceará (UFC), aplicou um questionário nas seis comunidades para levantar informações sobre a migração sazonal para o corte de cana, as condições de trabalho e dados socioeconômicos. Os dados foram sistematizados, transformados em gráficos e analisados com a ajuda de três professores do Departamento de Geografia da UFC e dos estudantes.
Todas essas informações colhidas com os questionários permitiram à equipe tirar algumas conclusões: as condições de vida dessas famílias as tornam mais vulneráveis ao tráfico de pessoas e à superexploração de seu trabalho. É necessário, portanto, um estudo mais aprofundado sobre a dinâmica da migração no município e a criação de políticas públicas que visem melhoria de geração de renda das famílias.