Raio-X: o trabalho escravo pós pandemia – Minas Gerais
Minas Gerais lidera os casos de trabalho escravo no Brasil no pós-pandemia.
Desde 2021, 25% dos 800 casos de trabalho escravo no Brasil ocorreram em Minas Gerais. Neles, foram resgatados mais de 2,5 mil trabalhadores. Dentre todos os resgatados no território nacional, uma em cada dez vítimas é mineira (11%).
As atividades com mais registros dessa grave violação no estado são a produção de café (29%), carvão vegetal (26%), pecuária (9%) e construção civil (5%). Nos últimos três anos, o trabalho doméstico figurou o quinto lugar (5%), superando a produção de cana-de-açúcar, que historicamente ocupava a posição.
João Pinheiro e Itapira são os municípios que mais registram trabalho escravo em Minas; 4% e 3% dos casos, respectivamente. As regiões concentram ocorrências na produção de carvão vegetal. Campos Altos, no Alto Paranaíba, é o terceiro município, com 2% dos casos, principalmente na produção de café. Após a pandemia, Belo Horizonte deixou as primeiras posições do ranking estadual, mas a exploração de trabalhadores na capital mineira ainda é frequente, sobretudo no serviço doméstico.
A série “Raio-X: o trabalho escravo pós pandemia” é uma realização do programa Escravo, Nem Pensar! da Repórter Brasil, com base nos dados do Ministério do Trabalho e Emprego sistematizados pela ONG e pela Comissão Pastoral da Terra.