Voz da liberdade: História de um trabalhador resgatado

Maranhense escravizado três vezes atua agora na prevenção ao trabalho escravo no interior do estado. Ele narra sua história nesta entrevista

Após o resgate do trabalho escravo, a maioria das vozes dos trabalhadores não é ouvida pelo restante da sociedade. O caso de Marinaldo Soares Santos, no entanto, foge à regra. O maranhense, libertado três vezes do trabalho escravo em fazendas, é hoje uma liderança comunitária, que atua na prevenção ao aliciamento de trabalhadores, junto ao Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos (CDVDH) Carmen Bascarán, entidade da sociedade civil sediada em Açailândia e dedicada ao atendimento a trabalhadores resgatados e famílias em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

O protagonismo de Marinaldo é resultado do processo formativo que o trabalhador recebeu por parte do CDVDH. A organização também foi responsável pelo atendimento de sua família, apoiando estratégias de geração de renda e de garantia de acesso a direitos básicos.

Em 2016, Marinaldo recebeu o Prêmio Nacional de Direitos Humanos na categoria “Combate e Erradicação do Trabalho Escravo”, em função de sua atuação social no Maranhão.

O Escravo, nem pensar! gravou o depoimento de Marinaldo durante o VI Encontro de trabalhadores(as) resgatados(as) do trabalho escravo, realizando em maio em Pindaré-Mirim. O evento, organizado pelo CDVDH, ocorre anualmente desde 2014. Seu objetivo é promover compartilhamento de experiências e discutir políticas públicas de enfrentamento ao trabalho escravo.