#108 Trabalho escravo no pós-pandemia
De 2021 a 2023, período após a pandemia da Covid-19, os casos de trabalho escravo e a quantidade de trabalhadores resgatados tiveram recordes em relação a todo o período da série histórica. Foram 800 casos registrados e 7.983 trabalhadores resgatados.
Diante disso, “Raio-X: o trabalho escravo no pós-pandemia”, publicação da Repórter Brasil, apresenta e analisa os números do período, principalmente em estados brasileiros em que o cenário do trabalho escravo é historicamente crítico. A publicação também destaca um panorama das mulheres resgatadas nesse período e traz uma análise da crescente diversidade de atividades econômicas flagradas com trabalho escravo.
Estados como Minas Gerais, São Paulo e Bahia lideram os registros após a pandemia. O cenário é parcialmente distinto da série histórica, em que Pará, Minas Gerais e Maranhão, respectivamente, encabeçam a lista de casos de trabalho escravo no Brasil. A pecuária se mantém como a principal atividade empregadora de trabalho escravo e o trabalho doméstico passa a figurar como a segunda principal atividade econômica no período pós-pandemia.
Tais recordes podem ser explicados por dois principais motivos. Por um lado, o crescimento da população em situação de vulnerabilidade socioeconômica no período pós-pandemia que força muitos trabalhadores e trabalhadoras a se submeterem a condições cada vez mais precarizadas de trabalho. Por outro, desde o fim da década de 2010, há um aumento das ações de fiscalização por agentes em nível local em todo o Brasil, o que dá mais capilaridade à política de resgate de trabalhadores.
Saiba mais em: Raio-X: o trabalho escravo no pós-pandemia
Foto: Secretaria de Inspeção do Trabalho