São Paulo amplia atendimento humanizado ao migrante com formação do Escravo, nem pensar!
No último encontro da formação continuada “Migração como direito humano: rompendo o vínculo com trabalho escravo”, programa de educação da ONG Repórter Brasil avalia resultados finais do projeto de prevenção ao trabalho escravo realizado com servidores públicos de cinco secretarias do município de São Paulo
Na última quinta feira, dia 22, o Escravo, nem pensar! realizou o terceiro e último encontro formativo na Escola Municipal de Administração Pública de São Paulo (Emasp). No encontro, os servidores compartilharam experiências exitosas de multiplicação dos temas do trabalho escravo, migração e assuntos correlatos em seus ambientes de trabalho.
Estiveram presentes no encontro 21 membros de cinco secretarias estratégicas para a disseminação do tema da migração e do trabalho escravo no município, Secretaria Municipal de Assistência Social e Desenvolvimento (SMADS); Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC); Educação (SME); Saúde (SMS) e Segurança Urbana (SMSU).
No âmbito da saúde, as enfermeiras do trabalho Caroline Aires e Priscila Tancredi realizaram uma formação sobre o tema do trabalho escravo para 48 agentes de endemia. Esses profissionais são responsáveis por inspeções de vigilância em casas nas regiões compreendidas pelas Supervisões de Vigilância em Saúde (SUVIS) Jaçanã e Tremembé. Com a formação, os agentes se tornaram mais preparados para identificar possíveis situações de exploração de trabalhadores.
Representando a SMSU, Marcos Valério apresentou o material didático do Escravo, nem pensar! para inspetores regionais da Guarda-Civil Metropolitana (GCM) e os orientou sobre como aprimorar o atendimento à população migrante .
A Educação também apresentou resultados positivos na disseminação dos temas discutidos na formação. Francisco de Campos, diretor da Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) José Robson Costa de Araujo Bombeiro, localizada na região da Brasilândia, realizou um encontro com familiares de alunos migrantes, em parceria com o Centro de Referência e Acolhida do Imigrante (CRAI). Os pais tiveram a oportunidade de conhecer o trabalho da instituição e discutir suas demandas para uma melhoria nas relações com a escola. Agora, o diretor planeja realizar novos encontros como esse e propor parcerias com outras escolas da região, de modo que mais alunos migrantes sejam integrados ao ambiente escolar.
Além de possibilitar o compartilhamento de experiências bem-sucedidas, a terceira atividade formativa do Escravo, nem pensar! na Emasp teve como objetivo reforçar os conceitos trabalhados durante a formação. Isso foi realizado por meio da apresentação de atividades didáticas, vídeos produzidos pela Repórter Brasil sobre os temas da migração e do trabalho escravo e da palestra da auditora fiscal do trabalho Lívia Ferreira, do Ministério do Trabalho (MTE). A palestra teve como tema o papel da instituição na repressão aos crimes de trabalho escravo e tráfico de pessoas no estado de São Paulo.