Programa Escravo, nem pensar! realiza estudo de campo no Maranhão

Visitas técnicas foram realizadas em regiões do Maranhão vulneráveis ao aliciamento e exploração de trabalhadores. Ação integra o projeto de prevenção ao trabalho escravo da ONG Repórter Brasil em parceria com a Secretaria de Estado da Educação

Entre os dias 22 e 25 de janeiro, a equipe do Escravo, nem pensar! realizou estudo de campo na capital São Luís e no interior do Maranhão para a realização de atividades da segunda edição do projeto de prevenção ao trabalho escravo no estado – a primeira foi realizada em 2015 e 2016 (confira aqui os resultados). O objetivo foi planejar as etapas do projeto e entrevistar gestores e técnicos dos polos regionais da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) participantes.

Thiago Casteli se reúne com a equipe do setor pedagógico da URE Viana

Por meio do projeto, escolas da rede estadual desenvolverão, neste ano, atividades de prevenção ao trabalho escravo com alunos e pessoas da comunidade. A abordagem desse tema integra o currículo oficial da rede estadual de Educação desde 2017. O projeto será desenvolvido por meio de formação continuada da equipe do Escravo, nem pensar! com profissionais responsáveis pela formação de professores de oito territórios administrativos, chamados de Unidades Regionais de Educação (URE), da Seduc. Esses profissionais serão responsáveis por multiplicar a proposta para os educadores das escolas.

Para aprofundar o conhecimento sobre a realidade local, Thiago Casteli (assessor de projetos) e Rodrigo Teruel (assistente de projetos) visitaram cinco municípios maranhenses vulneráveis ao aliciamento de trabalhadores para o trabalho escravo. Na ocasião, foram visitadas as UREs de Bacabal, Caxias, Timon, Viana e São Luís.

Rodrigo Teruel apresenta o projeto na URE Caxias

A atividade fez parte da pesquisa de campo realizada pelo programa com o objetivo de identificar os efeitos da migração forçada, o aliciamento e problemas correlatos afetam a rotina das escolas e a vida dos estudantes do Maranhão. O estado é o principal local de origem de trabalhadores resgatados do trabalho escravo no território nacional. Além disso, os representantes do Escravo, nem pensar! coletaram informações sobre a metodologia de formação continuada de professores realizada em cada URE.

Sobre o projeto

A iniciativa, realizada em parceria com a Seduc, tem como objetivo promover a discussão sobre o tema do trabalho escravo e assuntos correlatos, como migração, tráfico de pessoas e trabalho infantil, na rede estadual de ensino do Maranhão. As atividades educativas acontecerão, em 2018, em escolas gerenciadas pelas UREs de São Luís, Bacabal, Barra do Corda, Caxias, Presidente Dutra, Timon, Viana e Zé Doca. A meta é envolver 292 escolas de 79 municípios maranhenses na prevenção ao trabalho escravo. Na primeira etapa, realizada entre 2015 e 2016, mais de 130 mil pessoas foram impactadas, dentre alunos, professores e pessoas da comunidade extraescolar. A parceria com o Governo do Maranhão foi firmada em solenidade com a presença do governador Flávio Dino, em dezembro de 2017. O projeto conta com apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Ministério Público do Trabalho (MPT).