Programa Escravo, nem pensar! beneficia mais de 30 mil alunos no Pará com projeto de combate ao trabalho escravo
Entre 2014 e 2015, 11 secretarias municipais da educação do sul e sudeste do estado criaram rede de prevenção ao trabalho escravo a partir de atividades de formação.
O Pará é líder do ranking de estados brasileiros com incidência de trabalho escravo. Segundo a Comissão Pastoral da Terra, de 1995 a 2013 foram libertados 12 mil trabalhadores no estado, mais de 25% do total de resgatados em todo o país. Diante dessa situação, o programa Escravo, nem pensar! desenvolveu, entre 2014 e 2015, um projeto de formação continuada para gestores de Secretarias Municipais de Educação (SMEs) de 11 municípios do sul e sudeste paraense para abordar o tema do trabalho escravo nas escolas.
O objetivo da ação é prevenir o problema por meio da disseminação da informação em áreas de maior vulnerabilidade socioeconômica. Nesse contexto, o papel das escolas é fundamental, já que elas possuem capacidade de multiplicar o conhecimento sobre a prática do trabalho escravo, alertando os alunos – para que não sejam futuramente aliciados e explorados –, e também seus familiares que já são trabalhadores.
Com a realização do projeto, 1,3 mil educadores inseriram o tema do combate ao trabalho escravo em 181 escolas, envolvendo 33 mil alunos de todos os segmentos escolares: Ensino Infantil, Fundamental I e II, Médio e Educação para Jovens e Adultos (EJA). Foram produzidos textos, poesias, paródias, desenhos, dramatizações, maquetes, pintura de muros, seminários, debates e mesas-redondas, mobilizando a comunidade escolar, pais, entidades da sociedade civil e agentes de outras instituições públicas.
Além de expandir a rede de proteção e prevenção ao aliciamento e ao trabalho escravo em uma das regiões mais impactadas por essas práticas criminosas, a ação serve como referência para novos projetos direcionados a gestores públicos da Educação.
RESULTADOS*
11 MUNICÍPIOS
181 ESCOLAS
1.386 EDUCADORES
33.851 ALUNOS
*Os 11 municípios que participaram do projeto foram Canaã dos Carajás, Curionópolis, Itupiranga, Jacundá, Marabá, Nova Ipixuna, Palestina do Pará, Parauapebas, Piçarra, São Geraldo do Araguaia e Tucumã.
Para ver os resultados de cada município, acesse este mapa.
Sobre a formação continuada
Esse projeto teve início em 2012, quando se realizou uma pesquisa de para a coleta de dados relacionados às estruturas e demandas das secretarias municipais. Com base nessas informações, durante o ano seguinte (2013), o programa Escravo, nem pensar elaborou uma metodologia pedagógica de formação que contemplasse a realidade dos municípios. Assim, o processo formativo se iniciou efetivamente em 2014, com a realização do primeiro encontro presencial, que teve como público os gestores municipais da educação. A partir de então, iniciou-se o processo de multiplicação sobre o tema do trabalho escravo em cada município que aderiu ao projeto. Daquele momento em diante, houve mais três encontros presenciais com esse mesmo público, cujo objetivo era realizar o acompanhamento pedagógico das ações que estavam sendo desenvolvidas, a atualização de temas correlatos ao trabalho escravo e a distribuição de materiais didáticos produzidos pelo programa. Essa pulverização de ações de prevenção foi contínua e ininterrupta ao longo de 16 meses.
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O projeto contou com apoio do Grupo de Articulação Interinstitucional de Enfrentamento ao Trabalho Escravo no Sul e Sudeste do Pará (Gaete) e da TAM Linhas Aéreas. Além disso, a ação teve parceria com a Comissão Pastoral da Terra no Pará e a Secretaria Municipal de Educação de Marabá, onde foram sediados os encontros presenciais da formação continuada realizada pelo Escravo, nem pensar!
Confira fotos das produções dos alunos na galeria abaixo:
*Os números de beneficiados foram atualizados em 21 de janeiro de 2016.