ONG Repórter Brasil lança principal referência sobre o tema do trabalho escravo
Livro pedagógico é dedicado a funcionários públicos e chega a sua terceira edição, ampliada e revisada
Na Semana Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, a Repórter Brasil lança a publicação Escravo, nem pensar! – Educação para a prevenção ao trabalho escravo. Principal material elaborado pelo seu programa educacional, o Escravo, nem pensar!, tem como objetivo a conscientização e a divulgação de informações fundamentais no combate ao trabalho escravo no Brasil. Esta terceira edição contou com o apoio do Ministério Público do Trabalho, da Organização Internacional do Trabalho e da Laudes Foundation e a parceria da Comissão Pastoral da Terra e da Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho. As duas edições anteriores foram lançadas em 2007 e 2013, respectivamente.
Dedicado a funcionários públicos, o livro explica o que é trabalho escravo contemporâneo, suas consequências para o país e as ações para a sua erradicação. Outros temas são trazidos no material, como migração, tráfico de pessoas, trabalho infantil e meio ambiente. Há ainda uma discussão sobre cadeias produtivas e a responsabilização de empresas envolvidas em crimes de trabalho escravo. Seu conteúdo é baseado na metodologia pedagógica de Educação em Direitos Humanos do Escravo, nem pensar! e na produção especializada das áreas de educação, jornalismo e pesquisa da Repórter Brasil.
O trabalho escravo no Brasil
Entre 1995 e 2021, mais de 57 mil pessoas foram encontradas em situação de trabalho escravo em todos os estados brasileiros e em atividades econômicas diversificadas – agrícolas e não agrícolas, na cidade e no campo, segundo dados do Ministério do Trabalho sistematizados pela Repórter Brasil e a Comissão Pastoral da Terra.
Longe de ser resquício de modos de produção arcaicos que sobreviveram ao capitalismo, o trabalho escravo contemporâneo é instrumento utilizado para potencializar processos de produção e expansão de empreendimentos atrasados que, sem essa ferramenta, não teriam a mesma capacidade de concorrer numa economia globalizada.
Além de ser crime, com punição que prevê prisão e multa, é também uma grave violação dos direitos humanos, porque fere dois direitos fundamentais e inegociáveis do indivíduo: a liberdade e a dignidade. Mais do que punição, a prevenção – com distribuição de informação de qualidade – é fundamental no combate ao problema.
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