Jovens participam de palestras sobre trabalho escravo no Tocantins

Atividade aconteceu em escola no norte do estado e fez parte das atividades da disciplina de Sociologia

Na noite do último dia 29, o programa Escravo, nem pensar! realizou duas palestras sobre trabalho escravo contemporâneo no Centro de Ensino Médio Paulo Freire, em Araguaína, no Tocantins. Participaram da atividade quatro turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA). O convite foi feito pela coordenadora da escola, Antonia Alves, e pela professora Ana Júlia, que ministra a disciplina de Sociologia.

Durante as palestras, foram mostradas as condições a que são submetidos os trabalhadores em fazendas e carvoarias, e por que o trabalho escravo se configura como um crime e uma violação dos direitos humanos. Além disso, dados que colocam o Tocantins como um dos campeões no triste ranking dessa prática foram apresentados.

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Quatro turmas de EJA participaram da palestra

“Alunos e alunas mostraram-se surpresos quando souberam que uma das fotografias havia sido tirada em uma libertação no município de Ananás, próximo de Araguaína. Ao final, um dos alunos me procurou para dizer que conhecia um daqueles trabalhadores e que nem imaginava que ele havia passado por essa situação”, relata Carolina Motoki, da equipe do Escravo, nem pensar!. “Assim, foi importante para mostrar como o trabalho escravo é uma realidade próxima”, complementa.

No estado do Tocantins já foram libertados mais de 2,7 mil trabalhadores da escravidão. Em Araguaína, o Ministério do Trabalho e Emprego encontrou trabalhadores nessas condições em 15 casos. O município fica atrás apenas de Ananás em número de casos, que teve 17 fiscalizados. O Centro de Ensino Médio Paulo Freire aborda a temática todos os anos, nas aulas de Sociologia, História e Geografia.