Governo do Maranhão: “Escravo nem pensar!” mobiliza estudantes e professores de mais de 290 escolas no Maranhão
Estudantes de 295 escolas em 78 municípios em diversas regiões do estado mobilizaram seus bairros e comunidades contra o trabalho escravo nos últimos dois anos no Maranhão. O resultado foi apresentado por técnicos e gestores regionais de educação durante o III Encontro Formativo Projeto ‘Escravo, Nem Pensar!’.
Além dos números da ação, os participantes também apresentaram as atividades desenvolvidas pelos estudantes, que com palestras, passeatas, feiras de conhecimento nas escolas, capacitaram a si e à comunidade quanto aos riscos do trabalho análogo à escravidão.
De acordo com dados divulgados em 2017, pelo Ministério Público do Trabalho no Maranhão (MPT- MA), o estado é o primeiro no ranking nacional de fornecimento de mão de obra escrava do país. Ainda segundo o órgão, de 2003 a 2017 mais de 8 mil maranhenses foram resgatados de situação análoga à escravidão em outras regiões.
Para a gestora da Unidade Regional de Educação (URE) de Bacabal, Guilhermina Aguiar, levar o projeto para todas as regiões do estado foi fundamental para a prevenção do problema.
“A receptividade ao programa foi muito boa porque afeta uma questão que tem relação com a vida deles, que afeta os nossos alunos, há os que evadem da escola para trabalhar em outros estados, e esse programa vai ajudar os jovens a saberem selecionar e reconhecerem quando é armadilha uma promessa de emprego”, disse a professora.
Expansão
Coordenadora do projeto na Secretaria de Educação, Ana Santos, destaca a rede de informação e prevenção no Maranhão. (Foto: Carlos Pereira)
Coordenadora do projeto na Secretaria de Educação, Ana Santos, explicou que essa foi a segunda edição do ‘Escravo, Nem Pensar!’, e incluiu os biênios de 2017/2018. A primeira edição ocorreu em 2015/2016.
“O Maranhão foi o primeiro estado brasileiro a desenvolver esse projeto em nível de estado, com a abrangência e o que temos hoje é uma grande rede de informação e de prevenção”, afirmou.
Para o assessor de projetos da ONG Repórter Brasil, Thiago Casteli, a experiência exitosa na primeira edição foi fundamental para a expansão do projeto na edição atual.
“Foi muito exitoso o primeiro projeto em 2015 e agora estamos repetindo de uma forma muito maior. São oito UREs, que levaram esse material para aproximadamente 200 escolas e hoje apresentam esses resultados”, informou o assessor.
“Estamos em fase de fechamento de dados, mas certamente mais de 60 municípios foram alcançados e ainda estão sendo”, completou Thiago.
Sobre o projeto
Criado pela ONG Repórter Brasil, o projeto conta com a parceria da Secretaria de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedhipop) e apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo (COETRAE).
As ações do ‘Escravo, Nem Pensar!’ são desenvolvidas em escolas de oito Unidades Regionais de Educação (UREs), contemplando 78 municípios identificados com maior incidência de trabalho escravo moderno.