Escravo, nem pensar! realiza pesquisa de campo para desenvolvimento de metodologia
Programa desenvolve conteúdo educacional para gestores municipais de educação do Pará
No mês de agosto, o programa Escravo, nem pensar! realizou a primeira etapa do projeto de desenvolvimento de metodologia para gestores da educação de 17 municípios paraenses sobre o tema do trabalho escravo. A iniciativa é apoiada pelo Grupo de Articulação Interinstitucional para o Enfrentamento ao Trabalho Escravo no Sul e Sudeste Paraense (Gaete).
Nessa primeira etapa, o programa realizou entrevistas com as secretarias municipais de Educação de Eldorado dos Carajás e de Marabá a respeito do processo de formação continuada dos educadores. As informações coletadas servirão para o programa desenvolver uma metodologia de formação de gestores dessas secretarias sobre o trabalho escravo. O objetivo é incentivar a inserção desse tema nos conteúdos programáticos das escolas por meio da sua abordagem na formação continuada dos professores.
“As entrevistas tiveram como objetivo compreender a estrutura e a organização da formação continuada de professores em cada município: o conteúdo e a metodologia trabalhados, a organização e a preparação dos responsávei pelas formações e os suportes didáticos utilizados. Além disso, também foi importante acessar as propostas curriculares municipais e os livros didáticos para analisar se o trabalho escravo e outros temas relacionados a direitos humanos e à realidade do campo são abordados, e de que forma isso tem sido feito”, afirma a coordenadora do escritório de Araguaína (TO), Carolina Motoki.
Apesar de o trabalho escravo ser uma realidade em muitas comunidades do sudeste paraense, não é sempre que a reflexão sobre esse problema faz parte do cotidiano escolar. Um das razões disso é o fato de ele não estar inserido nas propostas curriculares das secretarias de Educação. “O Escravo, nem pensar! recomenda que as secretarias assumam esse compromisso e acredita que esse projeto poderá incentivar essa iniciativa por parte dos gestores e dos educadores”, observa Carolina.