Escravo, nem pensar! lança a publicação “Migração – O Brasil em movimento”

Caderno temático propõe discussão sobre o fenômeno da migração e sua relação com a violação de direitos humanos

O programa Escravo, nem pensar!, com o apoio da Catholic Relief Service e da TAM Airlines, lança o caderno temático Migração – O Brasil em movimento,  que aborda os movimentos migratórios no Brasil nos planos internacional e nacional. O caderno temático pretende suscitar o debate acerca dos movimentos migratórios e os fenômenos acarretados por eles, como a exploração, a discriminação e os direitos humanos. A publicação é voltada para professores e lideranças sociais devido ao seu potencial multiplicador. Os textos informativos presentes na cartilha são acompanhados por seções que propõem tópicos para discussão e reflexão sobre os direitos do trabalhador migrante.

As desigualdades sociais e econômicas entre países e regiões de um mesmo país são, em geral, responsáveis pela criação de zonas de atração e de expulsão de migrantes. Nesse sentido, a publicação explica de que forma os deslocamentos causados por uma situação socioeconômica negativa podem contribuir para a violação dos direitos humanos.

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Caderno discute migração e propõe atividades didáticas

Desde os anos 90, os sul-americanos têm migrado de forma massiva para o Brasil em busca de emprego. O caso dos bolivianos flagrados em condições análogas à escravidão numa oficina de costura, que prestava serviços à marca coreana Talita Kume, é um exemplo da situação vivida por muitos imigrantes que vem em busca de uma vida melhor. A ausência de políticas de imigração eficazes contribui amplamente para a vulnerabilidade dos imigrantes à exploração.

Os migrantes, vindos do exterior – como os bolivianos e os haitianos – e de outros estados brasileiros, são alvos de diversas formas de discriminação. Muitos imigrantes nordestinos que vão para São Paulo trabalhar nos canaviais, por exemplo, acabam marginalizados cultural, social e economicamente pela população local. Isso pode propiciar a exploração em vários aspectos, além de provocar um isolamento desta população em relação aos habitantes locais.

A publicação ainda aborda outro aspecto das atuais ondas migratórias para o Brasil: com o discurso de desenvolvimento e crescimento econômico, o país tem atraído também a mão de obra especializada.

“Sociedade civil e órgãos governamentais precisam ser mais sensíveis e atenciosos aos diversos tipos de migrantes presentes no Brasil. Para isso, é preciso formular e implementar políticas públicas que protejam os direitos humanos dessas pessoas por meio da inclusão na sociedade e a possibilidade de exercício pleno da cidadania. Esse caderno temático pretende contribuir com essa discussão”, avalia Natália Suzuki, coordenadora do programa Escravo, nem pensar!.

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