Escolas do semiárido piauiense reforçam prevenção ao trabalho escravo
Professores das redes municipais de Picos e Oeiras se reúnem para última etapa da formação continuada
Nos dias 17 e 19 de junho, o Escravo, nem pensar! se reuniu com os professores municipais de Picos e Oeiras, no Piauí, para concluir a última etapa da formação continuada sobre trabalho escravo contemporâneo. A ação começou no ano passado e este foi o segundo encontro de monitoramento pedagógico, que contou com cerca de 50 professores.
Em ambos dos municípios, os participantes compartilharam suas experiências em sala de aula e elaboraram, em conjunto com as Secretarias Municipais de Educação e Gerências Regionais de Educação (rede estadual), novas estratégias para ampliar os resultados já alcançados. “Essa socialização enriqueceu demais nossos conhecimentos e embasa futuras ações”, relatou uma professora. Também foram apresentados novos materiais didáticos produzidos pelo Escravo, nem pensar!, como o vídeo sobre o trabalho infantil.
Até o momento, as escolas abordaram o tema do trabalho escravo contemporâneo principalmente nas disciplinas de História, Geografia e Português. O dia 13 de maio, data em que sem comemora a abolição da escravidão no Brasil, serviu de inspiração para os alunos produzirem poemas, cartazes e peças teatrais.
“Cresce a vontade de desenvolver projetos para outras pessoas terem conhecimento sobre o trabalho escravo”, resumiu uma educadora.
Formação continuada
A formação continuada em Picos e Oeiras começou em 2014. Desde então, o Escravo, nem pensar! tem acompanhado as ações de prevenção ao trabalho escravo contemporâneo desenvolvidas pelas escolas da região. Esta foi a última etapa da formação continuada nos dois municípios. Os encontros contaram com apoio da Catholic Relief Services e da TAM Linhas Aéreas.
Os municípios
Picos e Oeiras são municípios localizados no semiárido do Piauí, onde a migração de trabalhadores é frequente. Em geral, eles saem de seu local de origem para trabalhar nas lavouras de cana-de-açúcar ou na construção civil, em São Paulo. A ação do Escravo, nem pensar! na região é importante para reforçar o direito à migração mas, principalmente, para alertar a população sobre os possíveis abusos e exploração que a população migrante pode sofrer.