ENP! forma educadores de São Paulo (SP)
Programa Escravo, nem pensar! conclui formação continuada para educadores da rede municipal da capital paulista sobre direito à migração e trabalho escravo. Abordagens com alunos prosseguirão até setembro
No dia 6 de junho, a Repórter Brasil, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SME) de São Paulo, realizaram o último encontro formativo do projeto Escravo, nem pensar! – Direito do migrante e prevenção ao trabalho escravo e infantil, dedicado à formação de educadores da rede municipal de ensino de São Paulo (SP). A ação envolveu 35 escolas municipais da capital paulista e até o momento alcançou 289 educadores. Os resultados são preliminares, já que a maior parte das abordagens escolares com os alunos estão previstas para ocorrer entre junho e setembro, quando o projeto se encerrará. A iniciativa conta com o apoio do Instituto C&A.
Na ocasião, os educadores compartilharam os resultados preliminares da implementação do projeto nas escolas. Dentre as experiências desenvolvidas até o momento, foram destacadas iniciativas dedicadas ao mapeamento de alunos migrantes nas escolas, organização de rodas de conversa com pais migrantes sobre direito à migração e trabalho, tradução de comunicados e informativos para as línguas dos migrantes, realização de feiras culturais com foco na diversidade étnica e articulação de parcerias com unidades de Assistência Social dos territórios.
De acordo com dados da SME de 2017, a rede municipal de ensino de São Paulo atende alunos de 79 nacionalidades distintas. Não raro, esses alunos podem sofrer com práticas discriminatórias. Além disso, em muitos casos, eles fazem parte de famílias em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Nesse contexto, a parceria firmada com a SME tem como objetivo promover a migração como direito humano na rede de ensino municipal, coibindo estigmas e preconceitos contra alunos migrantes e descendentes, além de difundir informações a respeito do trabalho escravo como forma de prevenir que essa população seja submetida a essa violação.
“A formação do ENP! trouxe um olhar acolhedor, humano e sensível para os que estão no chão da escola como profissionais. Para as famílias, trouxe a certeza de que a escola é um polo de orientação e parceria” destaca Luciana Pinheiro Norberto, educadora da EMEI Profª Odilea Botta de Mattos.
Sobre o processo formativo
Foram selecionadas para o projeto escolas que concentram o maior número de alunos migrantes e descendentes. Entre agosto de 2018 e junho de 2019, o Escravo, nem pensar! promoveu oito encontros presenciais para 37 educadores das 35 escolas participantes, pertencentes às 13 Diretorias Regionais de Educação do município, que são unidades descentralizadas da SME. Ao longo do processo formativo, o público participou de atividades didáticas, dinâmicas e rodas de conversa com entidades e órgãos especialistas nos temas da migração e do trabalho escravo. Durante todo o período, o ENP! forneceu assessoria pedagógica à distância para os educadores. Os profissionais formados foram responsáveis por multiplicar os conteúdos do projeto para os demais educadores das escolas, que iniciaram as abordagens escolares com os alunos.