Profissionais da Assistência Social do Mato Grosso do Sul – 2024

Em 2024, a ONG Repórter Brasil realiza o projeto Escravo, nem pensar! para gestores e técnicos da rede estadual de Assistência Social do Mato Grosso do Sul, em conjunto com a Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos do Mato Grosso do Sul (SEAD-MS). A iniciativa é realizada em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e com o apoio do Departamento de Trabalho dos Estados Unidos (USDOL).

O objetivo da ação é diminuir o número de trabalhadores e trabalhadoras aliciados para o trabalho escravo e submetidos a condições análogas a de escravidão nas zonas rural e urbana do território brasileiro, por meio da educação.

Assim, de janeiro a setembro, os profissionais formados diretamente pela equipe do ENP! serão responsáveis pela multiplicação de conteúdos, materiais e referências relacionados ao tema do trabalho escravo e assuntos correlatos para equipamentos socioassistenciais de seus municípios, como CRAS, CREAS, Centro Pop, Centros de Acolhida e serviços conveniados para fortalecer o atendimento a trabalhadores vulneráveis e vítimas de trabalho escravo e tráfico de pessoas.

Formação Escravo, nem pensar! no Mato Grosso do Sul – Assistência Social 2024

Trabalho escravo no Mato Grosso do Sul

O Mato Grosso do Sul é um estado estratégico para a erradicação do trabalho escravo no Brasil, porque a incidência do problema em seu território é frequente. Ele é o sétimo estado com o maior número de pessoas encontradas em condições análogas à escravidão do Brasil: ao todo, foram 3.109 libertações entre 1995 e 2023, em 110 casos. Esse número corresponde a 5% dos 63.426 trabalhadores escravizados no país. O município de Brasilândia lidera o ranking, onde foram escravizadas 1.011 pessoas, o que representa 32,5% do total do estado. Em seguida aparecem Iguatemi (21%), Naviraí (13%), Porto Murtinho (4%), Dourados (2%) e Corumbá (2%). O problema está concentrado em atividades rurais, sobretudo na agropecuária. Dos 110 casos de trabalho escravo registrados no estado, 44 (40%) foram flagrados na pecuária e 20 (19%) em lavouras diversas, como cana-de-açúcar, soja e mandioca.