Educadores de Minas Gerais

Em 2018, a Repórter Brasil e a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE-MG) realizaram o projeto Escravo, nem pensar! em Minas Gerais. Este é o primeiro projeto em Minas Gerais de prevenção ao trabalho escravo de alcance estadual. A iniciativa preveniu 183.508 pessoas do trabalho escravo, por meio da implementação de projetos educacionais em 258 escolas de 91 municípios mineiros.

Sobre o projeto

Na primeira etapa da ação, foram formados profissionais das Superintendências Regionais de Educação (SREs) de Araçuaí, Metropolitanas A,B e C, Paracatu, Patrocínio, Varginha e Unaí. As SREs são as unidades descentralizadas da SEE e responsáveis pela administração regional das escolas. Em seguida, as SREs reuniram educadores mineiros para encontros de formação pedagógica sobre o assunto. Estas reuniões se multiplicaram nos municípios sob o guarda-chuva das SREs a partir da realização de diversas atividades nas escolas estaduais. Nas escolas, o protagonismo foi dos estudantes. Com liberdade artística e rigor conceitual, crianças, jovens e adultos elaboraram e realizaram diversas manifestações sobre o assunto, chamando a atenção da comunidade para a necessidade de prevenir o trabalho escravo.

A iniciativa contou com o apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Ministério Público do Trabalho (MPT), além da parceria do Comitê Estadual de Atenção ao Migrante, Refugiado e Apátrida, Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Erradicação do Trabalho Escravo (Comitrate).

Trabalho escravo

Minas Gerais está entre os cinco estados com os maiores índices de trabalho escravo do Brasil. Desde 1995, quando o Estado brasileiro reconheceu oficialmente a existência desse crime, 3,9 mil trabalhadores foram resgatados no estado. Esse número representa 7% dos 53.764 trabalhadores libertados em todo o país até o ano de 2018.

A maior parte dos casos em Minas Gerais está concentrada na mesorregião metropolitana da capital (Belo Horizonte é o município com mais ocorrências), envolvendo situações de exploração em atividades econômicas na zona urbana, como a construção civil. Outras atividades econômicas que apresentaram o problema no estado são aquelas ligadas ao setor de mineração e, no ambiente rural, há casos na pecuária, reflorestamento e café, entre outras atividades.

Saiba mais sobre os desdobramentos do projeto no caderno de resultados Escravo, nem pensar! em Minas Gerais – 2018.