Educadores de Itupiranga
Em junho de 2011, aconteceu o primeiro encontro de acompanhamento para troca de informações sobre as ações realizadas nas escolas e na comunidade, além da realização de uma nova atividade temática. Professoras e professores que estiveram presentes puderam compartilhar a experiência de abordar temas relacionados a trabalho escravo nas aulas e no desenvolvimento de projetos didáticos, além de motivar aqueles que ainda não desenvolveram atividades desse tipo em suas escolas. Professoras da escola municipal Ulisses Guimarães aproveitaram para apresentar aos colegas fotos do projeto didático que desenvolveram com educadores, funcionários e alunos sobre o tema da escravidão contemporânea.
O segundo acompanhamento aconteceu em novembro de 2011. Professores e professoras trouxeram relatos das atividades desenvolvidas nas escolas. Durante esse importante processo de troca, os participantes manifestaram interesse em continuar elaborando novos métodos de abordagem e reunir os demais colegas das escolas para elaborar projetos. A Escola Municipal Ulisses Guimarães desenvolveu novamente um projeto com as turmas de educação infantil e Educação de Jovens e Adultos (EJA). No encontro, foram exibidas fotos das atividades e da caminhada cívica, além de uma apresentação de dança.
Em agosto de 2012, foi realizado o último encontro de acompanhamento em Itupiranga. Em grupos, professoras e professores foram convidados a pensar sobre “Qual a Itupiranga que queremos?” e a expressar suas utopias por meio de cartazes. As expectativas giraram em torno das seguintes observações: respeito ao meio ambiente e convivência harmônica com a natureza; reforma agrária para reduzir os conflitos no campo; incentivo à agricultura familiar, com “menos pecuária e mais alimentos”; formação para trabalhadores que vivem na cidade, para que possam formar cooperativas; estímulo aos jovens para que seja empreendedores; respeito aos direitos do trabalhador; organização dos trabalhadores em busca de dignidade e de direitos, e respeito a essa organização; Itupiranga livre de trabalho escravo e de trabalho infantil; construção de políticas públicas com participação das pessoas (saúde, educação, moradia) para uma vida com dignidade; respeito entre os povos, aos costumes e valores, valorizando a Amazônia.
Durante a discussão, professoras e professores ressaltaram o compromisso que assumiram durante a formação na prevenção ao trabalho escravo. “Saímos diferentes da formação. Mesmo não conseguindo envolver a escola como um todo, a responsabilidade fica martelando na nossa cabeça. Quando começamos a abordar o trabalho escravo, os alunos se reconhecem no tema. Não podemos ignorá-lo”.