As consequências do desemprego para o trabalho escravo
A ideia do projeto foi discutir com estudantes, professores e professoras da escola e com a comunidade de Vila Veranópolis, onde está localizada, a relação entre o desemprego e o aumento do trabalho escravo na região. O projeto começou com leituras de textos, exibição de filmes e debates sobre o trabalho escravo contemporâneo entre alunos e alunas. Por se tratar de uma escola em que a maioria dos estudantes são jovens e adultos que trabalham na área rural, alguns deles puderam identificar que estavam sendo vítimas de trabalho escravo e de exploração.
Estudantes, professores e professoras desenvolveram uma peça de teatro para tratar das causas que levam um trabalhador a migrar em busca de trabalho. Também fizeram paródias e confeccionaram panfletos.
Ao participarem das atividades, os alunos compartilharam algumas experiências de trabalho: o difícil acesso às fazendas, a falta de assistência médica, a má qualidade da alimentação, a situação precária dos alojamentos, além dos baixos salários. Também relataram que a responsabilidade de sustentar a família e a falta de opção de empregos os obriga a trabalhar acima da carga horária diária permitida por lei.
Educadores, educadoras e estudantes decidiram fazer uma pesquisa nas ruas para obter mais dados sobre as condições de trabalho na região. Descobriram casos de trabalhadores que chegavam a jornadas de 14 horas por dia em pé, sem direito a descanso e recebendo 20 reais pela diária.