Adolescer sem doer
O trabalho infantil é um dos problemas recorrentes no município, mas que infelizmente acaba sendo naturalizado pela população local. Além disso, há casos de violações trabalhistas em atividades econômicas nas zonas rural e urbana na região, principalmente nas plantações de milho, feijão e cana-de-açúcar, e também em oficinas de costura e canteiros de obras. Nesse contexto, o projeto abordou o tema do trabalho escravo, relacionando-o com o trabalho infantil.
O tema do trabalho infantil já era abordado na escola por meio do Programa de Educação contra a Exploração do Trabalho Infantil (Peteca), que tem apoio do Ministério Público do Trabalho. No entanto, ele não era relacionado ao tema do trabalho escravo contemporâneo. Nesse sentido, o projeto “Adolescer sem doer” ampliou a visão de professores e alunos ao mostrar que muitos trabalhadores escravizados começaram a trabalhar muito cedo e tiveram seus direitos tolhidos durante a sua infância e adolescência.
Para tratar do tema na sala de aula, os professores estudaram o material disponibilizado pelo Escravo, nem pensar! e dividiram os assuntos de acordo com suas áreas de conhecimento. Entre as atividades realizadas ao longo do ano estão produção de textos, exibição de vídeos e esquetes teatrais. Uma assistente social também colaborou com o projeto, desenvolvendo uma palestra na escola, no Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, dia 12 de junho.
“O tema despertou a curiosidade dos alunos e eles gostaram do material, de excelente qualidade e de fácil compreensão. O projeto alcançou seu objetivo de sensibilizar o estudante em relação à existência, ainda que camuflada, do trabalho escravo em pleno século XXI.” – Osvaldo de Loiola Filho, coordenador do projeto.