ENP! previne 30 mil do trabalho escravo na Bahia
Ação teve como foco o oeste do estado, região que concentra maior número de casos. Confira o caderno de resultados
Em 2017, a Repórter Brasil envolveu 90 escolas de 22 municípios baianos vulneráveis ao aliciamento e a exploração de trabalhadores na prevenção ao trabalho escravo, alcançando mais de 30 mil pessoas, entre educadores, alunos, funcionários de escolas e comunidade. O resultado decorre do projeto Escravo, nem pensar! no Oeste da Bahia, realizado pela Repórter Brasil e Secretaria de Educação do Estado da Bahia (SEC-BA), com o objetivo de inserir a discussão sobre o tema do trabalho escravo e assuntos correlatos, como aliciamento e migração, na rede pública de ensino. A ação contou com o apoio do Ministério Público do Trabalho e parceria da Coetrae-BA (Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo na Bahia).
Os resultados do projeto foram reunidos no caderno Escravo, nem pensar! no Oeste da Bahia – 2017. O material apresenta as principais abordagens educativas utilizadas pelos educadores nas escolas e seus desdobramentos nas comunidades. (baixe aqui o caderno de resultados)
“O oeste baiano é uma das áreas mais críticas em relação à ocorrência de trabalho escravo e aliciamento de trabalhadores. Por isso, ações de prevenção, como a realizada pelo ENP! e SEC-BA na região, são imprescindíveis. No entanto, há também outras localidades do estado vulneráveis a essas práticas, o que demanda a continuidade do projeto, a fim de ampliar e consolidar o enfrentamento a esses problemas” destaca Natalia Suzuki, coordenadora do programa Escravo, nem pensar!.
Trabalho escravo na Bahia
A Bahia é o sexto estado com o maior número de casos de trabalho escravo no país, com 3.261 trabalhadores libertados entre 1995 e 2016. No estado, o problema está concentrado majoritariamente em atividades rurais na região oeste. Dentre os dez municípios campeões de casos, sete se situam nessa localidade.
Além de possuir muitos registros de casos de trabalho escravo, a Bahia também é origem de trabalhadores resgatados em outras partes do país. O estado é o segundo de onde mais partem trabalhadores que acabam escravizados em outras regiões, ficando atrás apenas do Maranhão: quase 10% do total dos trabalhadores resgatados no país são baianos.
Política Pública
Com essa ação, a Bahia atende a metas de prevenção dos planos Nacional e Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo:
Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escavo – Meta 41: Promover o desenvolvimento do programa “Escravo, nem pensar!” de capacitação de professores e lideranças populares para o combate ao trabalho escravo, nos estados em que ele é ação do Plano Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo
Plano Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo na Bahia – Prioridade 3: Formação de profissionais para o enfrentamento do trabalho escravo. Ação 1.3: Realização do treinamento de professores de educação (Escravo, nem pensar!).