Educadores do Tocantins
Em 2018, a Repórter Brasil, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação, Juventude e Esportes do Tocantins (Seduc) realizou o projeto de formação continuada Escravo, nem pensar! no Tocantins, sobre o tema do trabalho escravo e assuntos correlatos. A iniciativa preveniu 181.024 pessoas do perigo do trabalho escravo e foi implementada em 287 escolas de 92 municípios tocantinenses.
Para alcançar tal resultado, o Escravo, nem pensar! formou gestores e técnicos da Educação da Seduc, com objetivo de disseminar o tema nas escolas e comunidades tocantinenses. Os profissionais formados foram responsáveis multiplicar os conteúdos abordados para os professores das escolas, que, por sua vez, realizaram as abordagens com os alunos. Participaram do projeto oito Diretorias Regionais de Educação, unidades descentralizadas da Seduc. São elas: Araguaína, Araguatins, Colinas do Tocantins, Gurupi, Palmas, Paraíso do Tocantins, Porto Nacional e Tocantinópolis.
A ação contou com o apoio do Ministério Público do Trabalho e parceria da Comissão Pastoral da Terra e da Coetrae-TO (Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo no Tocantins).
Acesse a publicação Escravo, nem pensar! no Tocantins – 2018 e saiba mais.
Por desconhecer o conceito de trabalho escravo contemporâneo, grande parcela da população interpreta as situações de trabalho em condição degradante e jornada excessiva como sendo normais e fruto da cultura local. O ENP! auxilia na quebra desse paradigma. A discussão da temática nas escolas poderá ser replicada no âmbito familiar e, por consequência, trazer ao conhecimento das autoridades casos que até então não eram considerados pela população local como trabalho em condição análoga a de escravo.
Maria Nely Bezerra de Oliveira, procuradora do Trabalho do Ministério Público do Trabalho em Palmas (TO)
O projeto conseguiu empolgar o corpo educativo tanto na secretaria estadual quanto nas 287 escolas envolvidas e estimular uma excepcional mobilização, sobretudo se considerada a conjuntura. Sem dúvida a existência de ações prévias do ENP! e da CPT no meio educativo tem contribuído para esse sucesso. Pela forte demanda das escolas junto à CPT, verificamos o excelente impacto da formação realizada, especialmente da metodologia proposta, que garantiram uma eficiente multiplicação quantitativa, com qualidade.
Xavier Plassat, agente da Comissão Pastoral da Terra e coordenador da Campanha Nacional de Prevenção e Combate ao Trabalho Escravo "De olho aberto para não virar escravo"
O projeto pode ser visto como uma boa experiência de Educação em Direitos Humanos, porque tem como foco o combate ao trabalho escravo e outras violações de direitos humanos correlatas, como o trabalho infantil e o tráfico de pessoas, em áreas socioeconomicamente vulneráveis do nosso estado. Essa ação formativa educacional contribuiu para alcançarmos a meta 12 e a estratégia 12.5 do Plano Estadual de Educação (PEE/TO), que trata exatamente de Educação em Direitos Humanos.
Adriana da Costa Pereira Aguiar, secretária de Educação, Juventude e Esporte do Tocantins
Todos os participantes das formações que ofertamos sobre o ENP! reconheceram a importância do projeto, pois praticamente todas as nossas escolas estão inseridas em comunidades que apresentam vulnerabilidade social e em alguns municípios já ocorreram casos de trabalho análogo a escravidão.
Equipe da DRE Paraíso do Tocantins