Prevenção ao trabalho escravo alcança 332 escolas em 54 municípios no Pará
A ONG Repórter Brasil, por meio do programa educacional Escravo, nem pensar!, apresenta os principais resultados da disseminação de informações sobre essa violação de direitos para alunos e comunidades
O projeto “Escravo, nem pensar – formação de gestores e técnicos da Educação da rede estadual do Pará”, realizado em parceria com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), já envolveu 332 escolas de 54 municípios. Nos últimos sete meses, foram formados 607 educadores, dentre professores, diretores e técnicos da Educação. O objetivo é fazer com que esses profissionais realizem ações de prevenção ao trabalho escravo, por meio da Educação, com alunos de sete regiões que apresentam a maior quantidade de ocorrências de trabalho escravo e aliciamento de trabalhadores. Essas áreas se localizam no sudoeste do estado. A região metropolitana de Belém também foi contemplada no projeto porque é o local onde se concentra grande número de matrículas.
O Pará é o estado campeão em casos de resgates de trabalhadores encontrados nessa situação no Brasil. Desde 1995, quando o Estado brasileiro assumiu ocorrência do trabalho escravo em território nacional, até 2016, 13.134 trabalhadores foram libertados no estado, o que representa 25% do total de libertados no país.
“O projeto deverá consolidar a maior rede de educação voltada à prevenção do trabalho escravo do país, após a sua conclusão em setembro, quando acontecerá o terceiro e último encontro da formação”, avalia Natália Suzuki, coordenadora do Escravo, nem pensar!
A iniciativa ainda contribui para que o estado cumpra a meta nº 41 do 2º Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo e metas do Plano Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo, que tratam da implementação do programa Escravo, nem pensar! de capacitação de professores e lideranças populares para o combate ao trabalho escravo.
Escravo, nem pensar! no Pará
Em outubro de 2016, o programa Escravo, nem pensar! realizou, em Belém (PA), o primeiro encontro da formação continuada para os gestores e técnicos da Educação das Unidades Regionais de Educação (UREs) e Unidades Seduc na Escola (USEs) participantes. Esses profissionais desempenham papel de formadores de referência em suas regiões, implementando o projeto nas escolas por meio de formações com educadores.
Esses educadores, por sua vez, realizam atividades educativas com alunos e comunidade extraescolar, com subsidio dos materiais didáticos fornecidos pela equipe do Escravo, nem pensar!. Dentre as atividades em curso, destacam-se produções textuais, desenhos, dança, teatro e palestras, que sempre giram em torno do tema do trabalho escravo e assuntos correlatos. Todo esse trabalho é acompanhado pelo Escravo, nem pensar!, que dá suporte pedagógico aos profissionais durante ao execução do projeto.
No segundo encontro formativo, realizado em 3 e 4 de maio, os gestores e técnicos participaram de novas atividades sobre trabalho escravo e temas correlatos e apresentaram os painéis de resultados parciais da implementação do projeto nas escolas. A sistematização desses resultados deu suporte para a publicação desta nota.