Maranhão se mobiliza contra o trabalho escravo

Escolas do estado, contempladas pelo programa Escravo, nem pensar!, combatem o crime por meio da difusão de informação em atividades educacionais para suas comunidades 

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Secretário de Educação do Maranhão participa de atividade contra trabalho escravo em escola

Entre os dias 11 e 13 de maio, em comemoração ao dia da abolição da escravidão no Brasil, escolas da rede pública estadual do Maranhão realizaram atividades de prevenção ao trabalho escravo nos municípios de Pindaré-Mirim, Santa Inês, Açailândia, Balsas, Loreto, Açailândia e na capital, São Luís.

Essas ações são resultados do projeto de formação continuada Escravo, nem pensar! – Formação de gestores de educação do estado do Maranhão, implementado pelo programa Escravo, nem pensar!, da ONG Repórter Brasil, em parceria com a Secretaria de Estado de Educação do Maranhão e com apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da Catholic Relief Services, do Ministério Público do Trabalho e da LATAM Airlines. Desde setembro de 2015, equipes de educadores das Unidades Regionais de Educação de Açailândia, Balsas, Codó, Imperatriz, Santa Inês, São João dos Patos e São Luís têm sido responsáveis por multiplicar o tema do trabalho escravo em 378 escolas de  76 municípios do Maranhão.

 

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Passeata no centro histórico de São Luís – Crédito: Lauro Vasconcelos-Seduc

 

Foram produzidos cordéis, desenhos, poemas, cartazes, música e dramatização sobre o tema do trabalho escravo. Além das apresentações culturais realizadas nas escolas, outras ações envolveram as comunidades, que foram informadas sobre os riscos do aliciamento e da exploração do trabalho escravo.  Em Imperatriz, um dos maiores municípios do Maranhão, 16 escolas estaduais e 4 municipais apresentaram juntas as suas produções didáticas na Praça da Cultura, com participação de um público de 1,6 mil pessoas; a atividade contou com o apoio da Faculdade de Educação Santa Teresinha e da Secretaria Municipal de Politicas para Mulheres.

Em Pindaré-Mirim, no oeste do estado, as escolas organizaram uma passeata ao término do III Encontro Interregional de Trabalhadores(as) Resgatados(as) do Trabalho Escravo organizado pelo Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos, que teve a participação de órgãos públicos e entidades da sociedade civil, envolvidos com o combate ao trabalho escravo. Já na capital, o Centro de Ensino Jornalista João Francisco Lisboa (Cejol) apresentou dramatização nas ruas do centro histórico, enquanto a escola Fernando Perdigão abriu suas portas para apresentar para a comunidade atividades educativas sobre o tema. O último evento teve a participação do Secretário de Estado de Educação, Felipe Camarão.

A maior parte dessas escolas está localizada em municípios de alta vulnerabilidade socioeconômica e com registros recorrentes de aliciamento e ocorrência de trabalho escravo. Por esse motivo, as escolas são fundamentais para fortalecer o trabalho de prevenção dessas desses dois crimes, já que a comunidade escolar é capaz de se mobilizar para denunciar o perigo do aliciamento de trabalhadores e informar sobre o que é o trabalho escravo contemporâneo.