Trabalho, prazer, respeito e dignidade enobrecem o ser humano
Levando em consideração os diversos casos de trabalho escravo no município, a escola procurou sensibilizar alunos, professores e famílias sobre trabalho infantil, exploração sexual de crianças e adolescentes, trabalho escravo e meio ambiente, a fim de estimular o respeito mútuo, a dignidade, a diversidade e a valorização da cultura local.
A Escola Estadual Santo Antônio atende a quatro assentamentos: Santo Antônio do Fontoura I, II e III e São Vicente. Para atingir os 270 alunos e 80 pessoas da comunidade, foram realizados seis encontros quinzenais, nos quais foram promovidas atividades sobre o tema do trabalho escravo. O convite a pais, mães e demais pessoas dos assentamentos foi feito pessoalmente por alunos e professores e por meio de comunicados enviados pela escola.
Em todos os encontros, foram discutidos o trabalho escravo contemporâneo e a exploração sexual de crianças e adolescentes. Os coordenadores do projeto procuraram sensibilizar e conscientizar o público sobre os temas, ressaltando as formas de aliciamento, os perigos, as violações cometidas e formas de combate. Durante os encontros, foram realizadas oficinas onde os participantes puderam participar de rodas de capoeira, grupos de dança e teatro; construir uma horta nas dependências da escola; e produzir materiais. Os alunos fizeram desenhos, cartazes, artesanato, histórias em quadrinhos, paródias, assistiram filmes e analisaram e cantaram músicas. Realizaram também entrevistas com os moradores dos assentamentos e produziram gráficos. O projeto procurou valorizar o modo de vida do campo, a diversidade cultural e as ações do projeto executadas na escola.
As atividades do projeto buscaram não só conscientizar e difundir informações sobre trabalho escravo e exploração sexual de crianças e adolescentes, mas também contribuir para ampliar a convivência entre os moradores do assentamento. A entrevista dos alunos com os trabalhadores foi o ponto que mais aproximou as duas gerações e permitiu que conhecessem mais o dia a dia dos trabalhadores rurais e suas experiências de vida. Da mesma forma, os trabalhadores puderam participar ativamente do projeto na escola, comparecendo a palestras, discussões, dando entrevistas e depoimentos. Ao longo do projeto, os professores abordaram o tema em sala de aula e se preocuparam com que os alunos aprendessem por meio do brincar e de maneira coletiva. Os alunos participaram ativamente do plantio da horta, fizeram grupos de pesquisas, rodas de capoeira, modelagem com argila e outras atividades.