Escravo, nem pensar! lança livro digital para explicar trabalho escravo contemporâneo
Plataforma digital possibilita abordagem pedagógica com conteúdo multimídia e interatividade
A produção e o uso de livros digitais são ainda incipientes no Brasil. As editoras tentam encontrar um formato ideal para esse novo suporte com fins pedagógicos, e as instituições de ensino lidam com o desafio de trabalhar didaticamente um conteúdo, cujo formato é inédito para padrões tradicionais.
Ciente dessas transformações no setor da educação, o programa Escravo, nem pensar!, da ONG Repórter Brasil, lança o livro digital Escravo, nem pensar! – Uma abordagem contemporânea sobre trabalho escravo na sala de aula e na comunidade. Nessa publicação, o trabalho escravo é apresentado por meio de recursos multimídia e interativos, que instigam a reflexão crítica e o debate em torno desse tema. Até o final de 2015, a publicação deve ser utilizada por professores do sistema educacional da rede pública de dois estados brasileiros.
(Clique aqui para ler a nota sobre a publicação em O Globo.)
“Há alguns anos, era impensável trabalharmos com uma publicação com o suporte digital para uma grande parte dos professores brasileiros, porque a internet era um serviço restrito a grandes centros metropolitanos. Hoje, o acesso à rede é muito mais disseminado no país. Os profissionais da educação têm familiaridade com as redes sociais e com o uso de smartphones e tablets. Nesse contexto, vimos a possibilidade de instigar o uso desses elementos para fins educacionais”, explica Natália Suzuki, coordenadora do programa Escravo, nem pensar!.
O livro digital foi elaborado com o apoio da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República em 2014, e sua versão piloto foi utilizada em atividades formativas realizadas pelo Escravo, nem pensar! ao longo desse mesmo ano.
Sobre o programa Escravo, nem pensar!
Coordenado pela Repórter Brasil, o Escravo, nem pensar! (ENP!) é o primeiro programa educacional de prevenção ao trabalho escravo a agir em âmbito nacional. Desde 2004, tem realizado atividades em comunidades de regiões de alta vulnerabilidade socioeconômica, suscetíveis a violações de direitos humanos como o trabalho escravo e o tráfico de pessoas. Suas ações de formação e prevenção já alcançaram mais de 140 municípios em nove estados brasileiros e beneficiaram mais de 200 mil pessoas. O programa foi incluído nominalmente na segunda edição do Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo e consta como meta ou ação de planos estaduais, como os do Maranhão, Mato Grosso, Pará e Tocantins.