Escravo, nem pensar! realiza encontros de monitoramento pedagógico no Pará
Educadores de Novo Repartimento e Pacajá compartilham experiências de prevenção ao trabalho escravo
Nos dias 20 e 21 de junho, a equipe do Escravo, nem pensar! participou de encontros de monitoramento pedagógico nos municípios de Novo Repartimento e Pacajá, no estado do Pará. Os encontros foram importantes para reavivar a temática do trabalho escravo e estimular a troca de experiências de prevenção a esse crime.
Os encontros de monitoramento pedagógico são realizados duas vezes a cada seis meses nos municípios em que foram realizadas formações para professores e lideranças comunitárias. O objetivo desses encontros é avaliar, subsidiar e dar apoio pedagógico às ações de prevenção ao trabalho escravo desenvolvidas por professores e lideranças, além de apresentar novas atividades e materiais didáticos a esse público.
Em Novo Repartimento, educadores compartilharam o desenvolvimento de ações nas escolas, como a abordagem do tema em sala de aula e a realização de projetos pedagógicos. Houve também debate sobre a relação entre o trabalho escravo e a degradação do meio ambiente na região. Em visita da equipe à escola O Bosque, em que foi desenvolvido projeto interdisciplinar sobre o tema, alunos do 4º ano relataram suas experiências e mostraram o que aprenderam por meio de uma atividade de interpretação de ilustrações relacionadas ao trabalho escravo. Esse foi o segundo e último encontro no município, que teve sua formação realizada em 2011 pelo Escravo, nem pensar!.
Em Pacajá, o encontro realizado no dia 21 de junho foi o primeiro após a realização da semana de formação, que aconteceu em agosto de 2012. Os participantes se mostraram interessados em compartilhar suas experiências pedagógicas e debater sobre as situações de superexploração de trabalhadores na cadeia produtiva da pecuária. Dentre as experiências compartilhadas, o projeto realizado na escola Pacajá se destaca pela mobilização de toda a escola em torno do tema, envolvendo também a comunidade em uma passeata contra o trabalho escravo realizada na culminância. Alunos do 9º ano, que se envolveram no projeto, participaram de conversa e de atividade pedagógica com a equipe do Escravo, nem pensar! e mostraram conhecer as principais características do trabalho escravo contemporâneo.
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Na região da rodovia transamazônica, onde estão situados os municípios de Novo Repartimento e Pacajá, a ocorrência do crime de redução a condições análogas à de escravo é uma realidade. Segundo dados organizados pela Comissão Pastoral da Terra, em 2012 Novo Repartimento ocupou o 7º lugar e Pacajá o 10º em relação à quantidade de casos de trabalho escravo no Brasil por município. Nos encontros de monitoramento, os professores se mostraram cientes dessa realidade e reafirmaram a importância de darem continuidade às ações de prevenção ao trabalho escravo por meio de abordagem do tema junto aos alunos e à comunidade.
A equipe do programa retornará mais uma vez a Pacajá, para o módulo de encerramento. Quanto a Novo Repartimento, foi o último encontro da formação de educadores no município. O programa seguirá em contato com os participantes por outros meios, como o boletim enviado mensalmente.